
Prepare-se: a Petrobras confirmou nesta 5ª feira (10/3) um reajuste significativo nos preços da gasolina (18,7%), diesel (24,9%) e gás (16%), respectivamente. A alta acontece depois de quase dois meses de preços congelados, resultado de um esforço inicial do governo federal. No entanto, o cenário internacional desfavorável, com o barril de petróleo chegando aos valores mais altos em quase uma década, forçou o reajuste.
A partir de hoje, o preço médio da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro; já o diesel aumentará de R$ 3,61 para R$ 4,51; finalmente, o preço do quilo de GLP irá de R$ 3,86 para R$ 4,47, equivalente a R$ 58,21 por 13 kg. De acordo com a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Fertilizantes (Fecombustíveis), o preço médio da gasolina nos postos poderá chegar a R$ 7,02 por litro no Brasil, contra a média atual de R$ 6,57. Estadão, Folha, g1, O Globo e Valor deram mais detalhes.
O aumento no preço dos combustíveis é um baque para a estratégia do governo Bolsonaro de tentar conter os efeitos do encarecimento dos custos de vida sobre a popularidade do presidente. Na Folha, Mônica Bergamo mostrou a reação de um dos líderes da greve de caminhoneiros de 2018, Wanderlei Alves, o Dedeco, que pediu mais uma paralisação em protesto contra a alta no diesel. “Eles [Petrobras] já tiveram um lucro absurdo, doentio, com os aumentos mais recentes, e estão ficando milionários às custas da tragédia de todos nós. Só quem está feliz hoje no país são os investidores da Petrobras”, disse Dedeco. Sentindo o cheiro de queimado, Bolsonaro foi rápido em tentar se distanciar do novo reajuste dos combustíveis. “Eu não decido nada, não. Só quando tem problema cai no meu colo”, reclamou o presidente em seu “cercadinho” no Palácio da Alvorada.
Com o novo aumento, o senador Jean Paul Prates (RN), relator do PL que altera a política de preços da Petrobras, incorporou a proposta de seu colega de Casa Alessandro Vieira (SE) para criar uma espécie de “auxílio-gasolina”, de R$ 100 a R$ 300 mensais, para os beneficiários do programa Auxílio Brasil. O custo estimado desse auxílio é de aproximadamente R$ 3 bilhões. A equipe econômica do Planalto é contrária à proposta, mas o governo deve aceitá-la em negociação com o Congresso em torno de outros projetos do chamado “pacote de combustíveis” em tramitação no Legislativo. O Valor deu mais detalhes.
ClimaInfo, 11 de março de 2022.
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