Shell pede licença ambiental para eólicas offshore no Brasil

Shell eólicas offshore
Eric Thayer/Bloomberg

A subsidiária brasileira da petroleira britânica Shell anunciou na semana passada ter entrado com pedido de licenciamento ambiental para seis projetos de geração eólica offshore no litoral brasileiro. De acordo com a empresa, os projetos serão implantados ao longo da costa dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Juntos, os projetos terão capacidade instalada de 17 GW.

Em janeiro passado, o governo federal publicou um decreto definindo as regras para o uso de áreas da União para geração eólica no mar, além de nos lagos e represas sob responsabilidade federal. O IBAMA já analisa quase 3,5 mil pedidos de licenciamento ambiental para geração eólica offshore, que, se aprovados, poderão acrescentar mais 40 GW de capacidade de geração à matriz elétrica nacional, o que representaria quase 20% de toda a capacidade de geração instalada no Brasil.

A EPE estima que o potencial da geração eólica offshore do Brasil pode chegar a 700 GW só com plataformas instaladas em até 50 metros de profundidade, um valor quatro vezes maior do que a capacidade total de geração das diversas fontes instaladas hoje no país.

Bloomberg, Canal Energia, Epbr e Poder360 deram mais informações sobre o pedido da Shell.

Falando em energia limpa, a executiva italiana Roberta Bonomi, chefe da Enel Green Power Brasil, defendeu na Época Negócios que o país não precisa de mais energia de gás, carvão ou nuclear para dar conta de sua demanda e garantir energia para o futuro. Para ela, o Brasil já pode deixar de investir em energia fóssil e apostar 100% em fontes como eólica e solar, nas quais possui vantagens comparativas únicas no mundo. “Pelas tecnologias que temos hoje, incluindo o armazenamento de energia por bateria – que resolve a questão da intermitência – essas fontes podem atender todas as necessidades do sistema elétrico brasileiro”, disse Bonomi, que aproveitou para lamentar os incentivos recentes do governo federal para geração a carvão e gás natural, na contramão dos esforços climáticos globais.

Em tempo: Mesmo com as dificuldades estruturais para a popularização do carro elétrico no Brasil, o grupo Stellantis, dono de marcas como Fiat e Peugeot, espera que pelo menos ⅕ de suas vendas na América do Sul e no Brasil em 2030 seja de veículos elétricos e híbridos. Para tanto, a empresa quer ampliar a nacionalização de componentes e tecnologias de eletrificação em parceria com seus fornecedores, de maneira a facilitar a produção doméstica desses veículos e oferecer modelos a preços mais baixos ao consumidor. Estadão e Valor abordaram essa meta.

 

ClimaInfo, 21 de março de 2022.

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