Indígenas iniciam mobilização em Brasília contra política bolsonarista

Acampamento Terra Livre
Matheus Alves (@imatheusalves)

Representantes indígenas de todo o Brasil iniciaram na última 2ª feira (4/4) a 18ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília. O evento, que deve reunir cerca de 8 mil indígenas até o próximo dia 14 na capital federal, pretende reforçar a mobilização indígena dos últimos meses contra diversos projetos de lei e políticas do governo Bolsonaro que atentam contra seus direitos fundamentais e o meio ambiente. O acampamento está montado no complexo da Fundação Nacional de Artes (Funarte), no Eixo Monumental.

Um dos focos da mobilização é ressaltar a importância da representatividade indígena nos espaços de poder. Isso se torna ainda mais importante neste ano, com as eleições para a Presidência e o Congresso Nacional se aproximando. A proposta da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), uma das entidades responsáveis pelo ATL, é lançar uma bancada indígena no Legislativo federal, com candidatos a deputado federal e senador alinhados com os interesses e as necessidades dos Povos Indígenas brasileiros e que possam fazer o contraponto com a poderosa bancada ruralista no Congresso. “Quando falamos em aldear a política, estamos querendo garantir que nós tenhamos representatividades indígenas nestes espaços de política institucional”, afirmou Sonia Guajajara, coordenadora da APIB.

Por falar em indígenas, a Deutsche Welle repercutiu uma carta enviada por parlamentares alemães ao Congresso Nacional expressando preocupação com os projetos de lei que liberam a mineração em Terras Indígenas e alteram as regras de demarcação. Na carta, os representantes alemães argumentam que a aprovação desses projetos “representaria uma enorme ameaça aos direitos dos Povos e Comunidades Indígenas e Tradicionais do Brasil”, além de prejudicar ainda mais os esforços de conservação do meio ambiente e combate ao desmatamento na Amazônia.

Metrópoles e ((o)) eco destacaram a mobilização indígena em Brasília.

Em tempo: O juiz Luiz Régis Bomfim Filho, da 1ª Vara Federal Criminal do Maranhão, mandou a júri popular duas pessoas acusadas pelo assassinato do líder indígena Paulo Paulino Guajajara em novembro de 2019. Os acusados, Antonio Wesly e Raimundo Nonato, também respondem pela morte de Marcio Gleik Moreira Pereira e por tentativa de homicídio contra o também indígena Laércio Sousa Silva. O crime aconteceu na Terra Indígena Araribóia: os acusados invadiram o terreno para caçar ilegalmente animais silvestres e, em um embate com os indígenas, acabaram desferindo tiros contra o grupo. O Estadão deu mais informações.

 

ClimaInfo, 6 de abril de 2022.

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