Países criam hub global para intensificar cortes de metano até 2030

metano
Comision de Medio Ambiente/Flickr

Anunciado durante a Conferência do Clima de Glasgow (COP26), o Global Methane Hub começou a ganhar concretude nesta semana, com o anúncio do ex-ministro chileno do meio ambiente, Marcelo Mena, para chefiar o grupo, e com o sinal verde para os primeiros financiamento para projetos de redução de metano. Criado por iniciativa dos Estados Unidos e da União Europeia, o Hub tem como objetivo facilitar esforços para acelerar a redução das emissões de metano nesta década, de maneira a viabilizar o compromisso assumido por 110 países na COP26 para reduzir coletivamente o volume de metano liberado na atmosfera em 30% até 2030.

Em conversa com o Climate Home, Mena afirmou que a ideia é que todos os países signatários do compromisso apresentem metas específicas para redução do metano em suas NDCs até a Conferência de Sharm el-Sheik (COP27), no Egito, em novembro deste ano. “As vitórias rápidas estão no setor de petróleo e gás”, destacou o ex-ministro chileno, que também ressaltou oportunidades de redução das emissões de metano na agricultura e em resíduos. “Precisamos lidar com os setores negligenciados de gerenciamento de resíduos e sistema alimentar para cortar o metano”.

Por falar em metano, a Bloomberg mostrou imagens de satélite que indicam um aumento da liberação de metano em instalações de extração de gás natural da Gazprom, empresa russa responsável pela venda deste produto aos mercados europeus de energia. As plumas de metano foram identificadas no mês passado durante a realização de reparos em equipamentos. Isso acontece em meio a tensões entre Moscou e Ocidente sobre as sanções internacionais impostas à Rússia depois da invasão à Ucrânia, com os países europeus sob pressão crescente para abandonar o consumo de petróleo e gás russos.

Em tempo: A invasão russa à Ucrânia destacou alguns “pontos-cegos” dos investimentos ESG no mercado internacional. Segundo a Bloomberg, cerca de US$ 9,5 bilhões em fundos que teoricamente atendiam a padrões ambientais, sociais e de governança do mercado financeiro europeu estavam na Rússia, país com histórico problemático na parte de Direitos Humanos e meio ambiente e que, agora, é acusado também de crimes de guerra.

 

ClimaInfo, 6 de abril de 2022.

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