Sem definição sobre novo presidente, Petrobras reajusta combustível aéreo

Petrobras
Sergio Moraes/Reuters

Segue o vai-e-vem do governo federal com a presidência da Petrobras. Depois de Adriano Pires, indicado por Bolsonaro para suceder o general Joaquim Silva e Luna, recusar o comando da estatal, a aposta do momento é o nome de Caio Mario Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização, gestão e governo digital do ministério da economia. Homem de confiança do ministro Paulo Guedes, Paes de Andrade cumpre um dos requisitos mais importantes para o Palácio do Planalto na condução da Petrobras: alinhamento com os interesses do presidente da República.

O problema é que, como o Valor lembrou, o secretário de Guedes não tem experiência no setor de óleo e gás, o que – ao menos em tese – inviabilizaria sua aprovação para o comando da empresa. De toda maneira, o governo Bolsonaro não quer queimar a largada de novo e deseja anunciar um nome do novo presidente da Petrobras acima de qualquer incerteza; por isso, o Planalto deve agir com mais cautela antes de anunciar a indicação.

Correio Braziliense e O Globo explicaram as dificuldades institucionais enfrentadas pelo Planalto para a escolha do presidente da Petrobras. Por um lado, Bolsonaro não esconde que quer uma pessoa que esteja totalmente submetida aos caprichos presidenciais do momento. Por outro, as regras de governança aprovadas no governo Temer tornaram a estatal menos exposta à variação do gosto e da opinião do presidente da República, o que explica a comédia de erros na qual Bolsonaro se enfiou desde a semana passada. “É muito difícil atrair um gestor de credibilidade do mercado depois que se viu a maneira como o presidente trata os executivos [da Petrobras]”, comentou Míriam Leitão n’O Globo. “Ele frita publicamente, agride nas redes sociais e depois demite sem respeito à biografia”.

Em meio à indefinição sobre seu futuro presidente, a Petrobras anunciou na última 6ª feira (1º/4) um novo reajuste no preço da querosene de aviação, com aumentos de mais de 18% em vários polos, como Duque de Caxias (RJ), Guarulhos (SP) e Paulínia (SP). O preço da QAV da Petrobras em Guarulhos, por exemplo, passou de R$ 3,99 mil/m3 em março para R$ 4,7 mil/m3. O reajuste deve ter reflexos no preço da tarifa aérea no mercado brasileiro, já pressionada pela inflação interna e externa e ainda sofrendo com os efeitos da pandemia no setor da aviação civil. Folha e Poder360 deram mais informações; o Poder360 também lembrou que o custo da QAV aumentou 145% nos últimos dez anos.

 

ClimaInfo, 6 de abril de 2022.

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