Congresso quer explicações da Petrobras sobre alta dos combustíveis

Petrobras
Sergio Moraes/Reuters

A disparada dos preços dos combustíveis não está irritando apenas o presidente da República. A Câmara dos Deputados se somou à pressão sobre a Petrobras nesta 4a feira (18/5), fazendo um convite ao presidente da empresa, José Mauro Ferreira Coelho, para que este preste esclarecimentos à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Casa. Já as Comissões de Minas e Energia e de Fiscalização e Controle da Câmara convidaram o ministro Adolfo Sachsida para explicar a intenção do governo de iniciar estudos para privatização da Petrobras.

A bronca dos deputados é a mesma do Palácio do Planalto: para eles, a política de preços da Petrobras, baseada na paridade com os preços internacionais do petróleo, está prejudicando os interesses dos consumidores brasileiros em favor do lucro da empresa para seus acionistas.

Ao mesmo tempo, o ministro Sachsida deve ser cobrado na Câmara sobre a visão do governo acerca do Centrãoduto, que pretende usar R$ 100 bilhões dos recursos da exploração do pré-sal para construir uma megarrede de gasodutos caríssimos e ineficientes para manter usinas termelétricas inúteis.

Especula-se que o jabuti tenha sido moeda de troca para o governo no comando do ministério na semana passada; o ex-ministro Bento Albuquerque seria contrário à proposta, encampada pelo presidente da República por conta de seus aliados políticos do Centrão no Congresso Nacional. CNN Brasil, g1, TV Cultura e Veja repercutiram os convites da Câmara ao presidente da Petrobras e ao ministro de minas e energia.

Em tempo: O Estadão informou que produtores de biodiesel estão preocupados com a possibilidade do governo antecipar a abertura do mercado brasileiro para o biodiesel importado. Em abril, o Conselho Nacional de Política Energética vetou a proposta, defendida pelo ministério da economia; no entanto, a chegada de Sachsida, aliado de Paulo Guedes, ao comando do MME pode mudar o equilíbrio de forças. Outra preocupação do setor é com a ideia de baixar a fração de biodiesel no diesel, que hoje é de 10%; Guedes & Cia. defendem que a fração possa ser reduzida para 6%.

 

ClimaInfo, 19 de maio de 2022.

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