Greenwashing: EUA investigam Goldman Sachs por desinformação sobre ESG

15 de junho de 2022
Greenwashing Goldman Sachs
TING SHEN FOR THE WALL STREET JOURNAL

O megabanco Goldman Sachs está enfrentando uma investigação da Securities e Exchange Commission (SEC), equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, por conta dos negócios de seu braço de gestão de ativos e fundos mútuos. A principal suspeita é de que o banco esteja distorcendo informações relativas a critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) para seus clientes na oferta desses investimentos – leia-se, greenwashing velho de guerra.

A ação da SEC contra o Goldman Sachs acontece menos de duas semanas após o também megabanco Deutsche Bank ser alvo de uma operação da polícia alemã também por denúncia de greenwashing e desinformação a seus clientes sobre aspectos de sustentabilidade de suas aplicações financeiras. De acordo com o Wall Street Journal, o foco dos investigadores norte-americanos está menos na fraude em si – já que, diferentemente da Alemanha, os EUA ainda não possuem regras para requisitos ESG no mercado financeiro – e mais na possibilidade de que o banco não tenha descrito com precisão suas práticas de investimento aos clientes. A encrenca do governo norte-americano com o Goldman Sachs foi destaque em veículos como Bloomberg, Financial Times, NY Times e Reuters, além de manchete no Valor e na VEJA.

A ofensiva de órgãos reguladores e autoridades financeiras na Europa e nos Estados Unidos representa um marco para os investimentos ESG. Depois de anos se aproveitando da pouca atenção do mercado e da falta de regulação governamental, empresas e gestores de ativos não estão mais conseguindo driblar cobranças relativas ao alinhamento entre seus negócios e os pretensos objetivos de sustentabilidade e governança. A Bloomberg destacou como executivos e investidores estão enxergando esse contexto: para alguns, as mudanças são bem vindas; para outros, elas são vistas como “um pesadelo”.

Em tempo: Uma análise da Barclays mostrou que, das principais moedas do mundo, o euro é a que está melhor preparada para os impactos da mudança do clima na economia global nas próximas décadas. O banco britânico mapeou os efeitos da crise climática nas taxas de câmbio, considerando que o aumento das temperaturas e os custos econômicos associados podem representar “um risco crescente e caro, com impacto cambial tangível”. No pior cenário, com aquecimento acima dos 2ºC, a moeda da UE poderia até se valorizar em 0,5% até 2030; na contramão, o yuan chinês pode perder até 5,5% de seu valor ao final desta década. O iene japonês também é outro que pode perder valor no pior cenário, com desvalorização de 3,14%. Bloomberg e Reuters repercutiram essa informação.

 

ClimaInfo, 15 de junho de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar