Estudo aponta relação de crise climática com calor no Reino Unido

ondas de calor Reino Unido
PA MEDIA

A mudança do clima tornou dez vezes mais provável a ocorrência de ondas de calor como a que atingiu o Reino Unido nas últimas semanas, quando as temperaturas chegaram aos 40ºC. A conclusão dos cientistas do World Weather Attribution (WWA) foi divulgada na semana passada em um novo estudo no qual os autores analisaram a relação entre o aquecimento global e a incidência de ondas de calor na Europa Ocidental.

Para eles, em um cenário onde as emissões antrópicas de gases de efeito estufa não tivessem elevado a temperatura média da Terra em quase 1,2ºC nas últimas décadas, eventos como esse seriam “extremamente improváveis”.

Os pesquisadores analisaram dados de temperatura nos dias 18 e 19 de julho em diferentes áreas do Reino Unido. Nesse período, os termômetros superaram a marca dos 40ºC em várias localidades, inclusive em Londres, o que causou incêndios florestais de pequeno porte nos arredores da capital inglesa. Segundo o estudo, a mudança do clima não tornou ondas de calor como essa apenas mais frequentes, mas também mais potentes, com 4ºC acima do que poderia ter sido em um cenário sem aquecimento global.

“Globalmente, como resultado direto das mudanças climáticas, o calor anteriormente muito raro agora é apenas incomum. Em alguns casos, eventos agora considerados ‘extremos’ atingem temperaturas que antes eram praticamente impossíveis”, destacou o estudo. “As ondas de calor durante o auge do verão representam um risco substancial para a saúde humana e são potencialmente letais. Este risco é agravado pelas mudanças climáticas, mas também por outros fatores, como o envelhecimento da população, a urbanização, a mudança das estruturas sociais e os níveis de preparo”. 

BBC, Bloomberg, Jornal Nacional (TV Globo) e o Observatório do Clima repercutiram as conclusões do estudo da WWA.

 

ClimaInfo, 1º de agosto de 2022.

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