Crise energética: Europa aciona plano para economizar consumo de gás

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A União Europeia iniciou nesta 3ª feira (9/8) a implementação de um acordo regional para redução do consumo de gás natural, por conta do risco de escassez gerado por cortes no fornecimento feito pela Rússia. Segundo o plano, os países da UE devem reduzir o consumo em pelo menos 15% entre agosto de 2022 e março de 2023 em relação ao mesmo período nos últimos cinco anos. Por ora, essa meta é voluntária, mas a situação pode mudar caso o Conselho Europeu, instância que reúne os chefes de governo da UE, avalie a necessidade de medidas mais restritivas nos próximos meses.

Até antes da invasão à Ucrânia, no final de fevereiro, a Rússia fornecia quase 40% das importações de gás natural dos países da UE. Por conta do conflito, o bloco europeu impôs diversas sanções internacionais contra o governo de Vladimir Putin, que revidou com restrições crescentes no fornecimento de gás. No último mês, a Gazprom, principal empresa russa de energia, promoveu cortes sucessivos no fluxo de gás oferecido aos europeus, alegando razões técnicas. Com menos gás, o preço da energia disparou na Europa, pressionando a já esgarçada situação econômica pós-pandemia do continente. Deutsche Welle e RFI repercutiram o esforço europeu para economizar gás.

A Bloomberg informou que os estoques de gás natural na Europa estão pouco mais de 70% cheios, perto da média de cinco anos para essa época do ano. Mesmo assim, países como Alemanha, França e Reino Unido se preparam para o risco de racionamento durante o inverno, temporada em que o consumo de eletricidade costuma aumentar para aquecimento e calefação.

O aperto também deve ser sentido entre os consumidores de diesel. Segundo a Bloomberg, a expectativa é de que os estoques de diesel rodoviário, óleo de aquecimento e outros tipos de diesel no noroeste da Europa atinjam seus níveis mais baixos no começo do período frio desde 2011. Tal como no gás natural, a Rússia também é a principal revendedora de diesel para os países europeus; no entanto, a UE proibiu importações marítimas da Rússia, criando uma lacuna no fornecimento que ainda não foi preenchida.

Enquanto isso, a empresa russa Transneft, responsável pelos oleodutos que transportam combustível russo para a Europa, suspendeu nesta 3ª feira (9/8) o abastecimento para países da região central do continente por problemas no pagamento de tarifas russas. A suspensão atinge países como Eslováquia, Hungria e República Tcheca, que dependem fortemente do petróleo russo e têm capacidade limitada de importar suprimentos alternativos por mar. Bloomberg, NY Times e Reuters deram mais detalhes.

 

ClimaInfo, 10 de agosto de 2022.

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