Projeto eólico pode ameaçar área de reintrodução de ararinhas-azuis na Bahia

ararinhas-azuis
Reprodução/Hypeness

A Serra da Borracha, na Caatinga baiana, é uma área utilizada por ambientalistas para a reintrodução de exemplares da ararinha-azul, uma espécie que foi extinta na natureza há mais de duas décadas. No entanto, um projeto de geração eólica na região de Curaçá, nas proximidades dessa área, pode colocar em risco a sobrevivência das aves liberadas na natureza e dificultar os esforços de recuperação da espécie.

Aldem Bourscheit deu mais informações no site ((o)) eco. O projeto prevê a construção de uma usina eólica com 48 turbinas e capacidade de geração de 228 MW. No começo de julho, a empresa responsável pelo empreendimento, Voltalia, chegou a afirmar publicamente que não pretendia dar prosseguimento à obra. No entanto, de acordo com a reportagem, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA) não recebeu nenhum comunicado acerca da desistência da empresa e, com isso, o processo de licenciamento ambiental da obra segue ativo.

Um parecer do próprio INEMA estimou que a construção da usina eólica em Curaçá resultaria na derrubada de pelo menos 452 hectares de Caatinga na Serra da Borracha. Nessa área, vivem espécies como onça-parda, caititu, sagui-da-cara-preta, mocó, tatu-bola, entre outras. O projeto é mais um exemplo da necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e integral na instalação de projetos de energia renovável, especialmente em áreas com vulnerabilidade social e ambiental como o Nordeste brasileiro.

Enquanto isso, o Valor destacou a promessa do novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., de transformar a ainda empresa estatal em uma das maiores companhias de energia renovável do mundo. A expectativa é de que o processo de capitalização da empresa permitirá elevar seus investimentos anuais dos R$ 4 bilhões dos últimos anos para pelo menos R$ 15 bilhões. Além da construção de novas unidades de geração eólica e solar, a Eletrobras quer aproveitar a injeção de recursos para modernizar as usinas antigas.

 

ClimaInfo, 10 de agosto de 2022.

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