Propaganda “verde” do HSBC é condenada por greenwashing no Reino Unido

HSBC greenwashing
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O órgão regulador de publicidade do Reino Unido proibiu uma série de anúncios do HSBC sob a justificativa de que eles distorciam informações sobre os negócios do banco para dar aparência “verde”. As peças foram divulgadas no final de 2021, por ocasião da Conferência da ONU sobre Clima de Glasgow (COP26), em outdoors e pontos de ônibus.

Nos anúncios, o HSBC alegava ter investido US$ 1 trilhão em projetos climáticos, como reflorestamento e serviços de offset de emissões para seus clientes. Organizações ambientalistas e de direitos do consumidor contestaram esse dado e apontaram que o banco não levava em conta o financiamento e os serviços oferecidos às empresas de combustíveis fósseis. 

“Apesar das iniciativas destacadas nos anúncios, (…) o HSBC continua a financiar significativamente investimentos em empresas e indústrias que emitem níveis notáveis de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa”, considerou a Autoridade para Padrões de Publicidade (ASA) do Reino Unido. “Não acreditamos que os consumidores sabiam que esse era o caso. [Por isso] concluímos que os anúncios omitiam informações relevantes e, portanto, enganosas”. BBC, Financial Times, Guardian, Independent e Wall Street Journal deram mais informações.

A decisão dos reguladores britânicos representa mais um baque às “credenciais verdes” do HSBC. Em julho, o banco demitiu o executivo Stuart Kirk, chefe de investimento responsável da instituição, depois de ele ter minimizado publicamente os alertas sobre a gravidade da crise climática. Na época, o CEO do HSBC, Noel Quinn, denunciou a fala de Kirk e ressaltou que ela não representava a visão do banco sobre a questão climática e os investimentos ESG.

Em tempo: Ainda sobre publicidade enganosa, a Shell perdeu seu recurso contra uma decisão do órgão regulador dos Países Baixos que considerou enganosa uma campanha de marketing da empresa relativa à comercialização de créditos de carbono para seus consumidores. Os anúncios ofereciam aos clientes a opção de pagar mais pelo combustível, sendo que esse dinheiro extra seria destinado à redução de emissões via offset em projetos florestais. “Não há nenhuma ou evidência insuficiente de que os projetos florestais nos quais a Shell investe sejam realmente capazes de absorver o CO2 convertido pelos créditos de carbono de uma forma que compense totalmente as emissões de CO2 do combustível fóssil vendido”, afirmou o órgão regulador. A notícia é da Bloomberg.

 

ClimaInfo, 26 de outubro de 2022.

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