
Lançada com pompa e circunstância no ano passado na COP26, a Aliança Financeira de Glasgow para o Net-Zero (GFANZ) sofreu ontem (7/12) sua baixa mais significativa até agora, com a saída da gestora de ativos Vanguard.
“Decidimos nos retirar do GFANZ para que possamos fornecer a clareza que nossos investidores desejam sobre o papel dos fundos e sobre como pensamos riscos materiais, incluindo riscos relacionados ao clima, e para deixar claro que a Vanguard fala de forma independente sobre questões de importância para nossos investidores”, justificou a empresa em nota.
No entanto, como lembrou a Reuters, a Vanguard vinha sendo pressionada por políticos do Partido Republicano nos EUA, que se levantaram contra o que eles chamam de “ativismo” dos fundos de investimento no uso de critérios ESG para suas aplicações.
Um dos alvos dessas críticas é a GFANZ, aliança que exige de seus signatários a redução das emissões de carbono associadas aos seus investimentos, com o objetivo net-zero até 2050. Para a oposição republicana, alinhada com setores políticos e econômicos negacionistas da crise climática, as regras restringem investimentos em empresas de combustível fóssil. Ora ora.
Por enquanto, outras gestoras de ativos, inclusive a BlackRock, afirmam que se manterão dentro da aliança e que sua participação na iniciativa não entra em conflito com os interesses de seus investidores.
Bloomberg, Financial Times e Reuters repercutiram a notícia.
ClimaInfo, 8 de dezembro de 2022.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.