Desmatamento da Amazônia explode em novembro, com alta de 123%

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Nilmar Lage | Greenpeace

Dados do sistema DETER-B, do INPE, mostraram que a área sob alertas de desmatamento na Amazônia em novembro chegou a 554,66 km2, um aumento de 123% em relação ao mesmo mês no ano passado (249,49 km2). Este é o 2o pior novembro da série histórica, atrás apenas de novembro de 2020, quando os alertas somaram 562,8 km2.

Isso faz com que o ritmo de desmatamento se mantenha bem acima da média pelo 4º mês seguido, o que ligou um alerta na equipe de transição do próximo governo federal. Afinal, o acumulado entre agosto e dezembro de 2022 será computado no total de desmatamento a ser divulgado no próximo PRODES. O acumulado de alertas de agosto a novembro já atingiu 4.574 km2, um aumento de 51% em relação ao mesmo período no ano passado, já figurando como recorde da série histórica.

O município de Lábrea (AM) é o que registrou maior área sob alertas de desmatamento em novembro, com 209 km2. Como bem assinalou o Observatório do Clima, Lábrea fica no eixo da BR-319, que teve sua reconstrução retomada pelo governo Bolsonaro. No último ano, a região sul do Amazonas se consolidou como nova frente de desmatamento na Amazônia, em parte associada às obras na rodovia.

Os números de 2022 são preocupantes: de janeiro a novembro, foram acumulados alertas de desmatamento para uma área de 10.049 km2, outro recorde histórico. Dos 11 meses fechados de 2022, seis registraram alta recorde de desmatamento. Em comum, praticamente todos os recordes históricos de destruição do desmatamento foram atingidos nos quatro anos da gestão Bolsonaro.

A explosão do desmatamento amazônico em novembro foi destaque na imprensa, com manchetes no Ciclovivo, Folha, g1, Galileu, Metrópoles, ((o)) eco e TV Cultura, entre outros veículos.

 

ClimaInfo, 12 de dezembro de 2022.

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