Alertas de desmatamento na Amazônia batem recorde em fevereiro

6 de março de 2023
desmatamento Amazônia fevereiro
Ueslei Marcelino/Reuters

Dados preliminares do sistema DETER operado pelo INPE, indicam a derrubada de 291 km2 de floresta amazônica em fevereiro, o que já garante o maior índice  para o mês na série histórica. Os dados abrangem os 24 primeiros dias de fevereiro e devem ser completados na próxima semana.

Alguns especialistas sugerem cautela com os números do DETER. Em janeiro, o INPE estimou o desmatamento na Amazônia em 167 km2, o menor índice da série histórica, o que representou uma queda de 61% na comparação com o mesmo mês. No entanto, boa parte do território amazônico monitorado pelos satélites estava encoberto por nuvens naquele mês, já que a Amazônia está em sua temporada chuvosa.

É possível que a alta de fevereiro seja devida a uma redução da área encoberta por nuvens, o que pode ter evidenciado aos satélites terrenos desmatados em janeiro, mas então “escondidos” pelas nuvens. “Tivemos um aumento de nuvens em janeiro e o DETER pode estar detectando em fevereiro desmatamentos que ocorreram no mês passado”, assinalou Daniel Silva, do WWF-Brasil, ao g1.

O próprio comportamento dos dados do DETER corrobora esta possibilidade: até a semana passada, o acumulado de desmate era de 209 km2; assim, em uma semana, o desmatamento cresceu 82 km2, um valor demasiadamente excessivo para apenas sete dias.

“É óbvio que em janeiro e fevereiro não veríamos nos números de alerta a ação do governo. Ele está começando a arrumar a casa. Vamos ver esses números daqui a uns dois, três meses”, argumentou Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Vamos começar a ver a curva de diminuição ou manutenção, mas precisamos dar um tempinho para o governo”.

Os dados do DETER para o desmatamento parcial em fevereiro também foram destacados pelo Jornal Nacional (TV Globo), Pará Terra Boa e Poder360, entre outros.

Em tempo: O IBAMA está apostando na retomada dos embargos ambientais para coibir crimes ambientais neste ano, informou Guilherme Amado no Metrópoles. O argumento é de que os embargos são mais eficientes do que as multas, já que criam um impeditivo para que o proprietário obtenha crédito.

ClimaInfo, 6 de março de 2023.

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