Supervazamentos de metano ameaçam esforços climáticos globais

vazamentos de metano
Guardian Design/CATF/AP/Getty Images

Uma reportagem do Guardian identificou mais de mil locais de “superemissão” de metano, um potente gás de efeito estufa. A maior parte dos pontos de vazamento está relacionada com instalações de exploração de petróleo e gás natural, sendo que o pior vazamento identificado emitiu o correspondente à circulação anual de 67 milhões de automóveis.

De acordo com a análise, os pontos de emissão excessiva de metano estão concentrados na Ásia Central, no subcontinente indiano e na América do Norte. O levantamento também identificou a liberação massiva de metano na América do Sul, especialmente na bacia do Prata (associada à degradação de resíduos sólidos) e na Argentina, na região de Vaca Muerta.

A maior parte dos vazamentos foi registrada em campos de petróleo e gás (559), seguidos por locais de processamento de resíduos sólidos (340) e minas de carvão (105). O maior evento de vazamento de metano em 2022 aconteceu no Mar Cáspio, no Turcomenistão, que liberou 427 toneladas do gás por hora em agosto passado. O país centro-asiático foi o que mais registrou vazamentos de metano, com 184 ocorrências, todas relacionadas à indústria de combustíveis fósseis. Na 2ª colocação estão Estados Unidos e Índia, ambos com 155 ocorrências, mas com perfis completamente diferentes: enquanto a maioria dos focos indianos de emissão de metano esteve relacionada com o setor de resíduos, a exploração de petróleo e gás natural concentra a maior parte dos focos norte-americanos.

O Guardian destacou um dos principais focos de liberação de metano nos EUA, que ocorreu em novembro passado no interior do estado da Pensilvânia. O rompimento de um gasoduto que levava gás de xisto resultou na liberação de cerca de 28 milhões de metros cúbicos de metano, que equivale às emissões anuais de gases de efeito estufa de uma frota automotiva de 360 mil veículos.

Em tempo: Os países da União Europeia se articulam para adotar uma proposta internacional em favor da eliminação gradual do consumo de combustíveis fósseis. A ideia é reforçar a pressão sobre os governos na Conferência do Clima de Dubai (COP28), em novembro, para que adotem alguma sinalização para o fim da queima de petróleo, carvão e gás natural nas próximas décadas. A notícia é da Reuters.Por outro lado, a Comissão Europeia e a Alemanha discutem uma maneira para destravar a proibição da venda de novos carros a combustão no bloco a partir de 2035. O governo alemão defende que a restrição não se aplique a veículos movicos a e-fuels, combustíveis sintéticos de baixa emissão de carbono; caso contrário, Berlim ameaça vetar a proposta. Bloomberg e Reuters abordaram a situação.

ClimaInfo, 7 de março de 2023.

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