Produção de biocombustíveis deve cair com mudanças climáticas

9 de março de 2023
biocombustíveis

Com as mudanças climáticas pressionando os preços da produção de alimentos, o crescimento da produção de biocombustíveis pode estar comprometido. Os produtos de origem vegetal são uma das alternativas para substituir os combustíveis de origem fóssil no setor de transportes e diminuir as emissões atmosféricas do segmento.

“Na verdade, estamos queimando plantações e tornando os alimentos muito caros”, disse Dorab Mistry, diretor da Godrej International, que comercializa óleos há quatro décadas. “A Mãe Natureza está levantando a mão e praticamente nos forçando a parar” de fazer isso, disse ele, em entrevista à Bloomberg.

A preocupação imediata é com o El Niño, cujas chances de ocorrer entre junho e agosto são de 55%. O evento normalmente causa tempo seco na região do Pacífico oriental, afetando plantações de óleo de palma – uma das matérias-primas do biodiesel – na Indonésia e na Malásia.

A ameaça surge num momento em que a demanda global por biodiesel à base de óleo de palma e de outros óleos vegetais vem crescendo, devido à busca para a substituição dos combustíveis fósseis. Os governos de EUA, Brasil, Europa e Índia querem aumentar o uso de combustíveis vegetais.

No Brasil, a Petrobras está desistindo da venda da Petrobras Biocombustível (PBIO), subsidiária da estatal petrolífera para produção de biodiesel, segundo o Valor. A PBIO possui três usinas de biodiesel, nos estados de Minas Gerais, Bahia e Ceará. 

Enquanto a produção de biocombustíveis entra num impasse, petroleiras norte-americanas tentam garantir bilhões de dólares em subsídios – e tudo com base na legislação climática dos Estados Unidos.

A Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês), aprovada em 2022, visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Seus US$ 369 bilhões em provisões climáticas provocaram novos investimentos em geração de energia renovável e na fabricação de baterias de veículos elétricos e painéis solares, entre outros equipamentos.Entretanto, a lei também inclui incentivos para tecnologias e combustíveis de baixo carbono. Assim, as petroleiras estão começando a investir em projetos de captura e estocagem do dióxido de CO2, para reequipar refinarias para a produção de biocombustíveis e de hidrogênio de baixa emissão, tudo apoiado pelos subsídios verdes da IRA, detalha o Financial Times.

ClimaInfo, 9 de março de 2023.

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