Perfuração da Petrobras na Foz do Amazonas traz riscos, diz IBAMA 

Foz do Amazonas
Infográfico: Rodolfo Almeida/SUMAÚMA

Mesmo com a pressão da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia, a direção do IBAMA segue apontando para os riscos do projeto de exploração de petróleo na foz do rio Amazonas e para a necessidade de mais estudos para avaliar esses riscos para os ecossistemas da região.

Em conversa com Guilherme Amado, no Metrópoles, o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, reiterou que o IBAMA deve responder ao pedido de licenciamento em cerca de 60 dias. Ele afirmou que o órgão ambiental avaliará se a Petrobras tem capacidade de conter eventuais vazamentos de petróleo, bem como os impactos potenciais de episódios do tipo na fauna marinha.

O projeto na foz do Amazonas é visto como estratégico pela Petrobras, já que será a primeira exploração petrolífera na chamada Margem Equatorial brasileira, uma área com alto potencial de produção. A nova direção da empresa, na figura de seu presidente, Jean-Paul Prates, abraçou a proposta e vem intensificando seus esforços para convencer o IBAMA e o governo federal sobre a importância do projeto.

O Globo destacou dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) que estimam as reservas de petróleo na Margem Equatorial em 30 bilhões de barris. Se isso se concretizar, a produção de petróleo no Brasil pode chegar a quase 7 milhões de barris por dia em 2029.

Ao blog de Andréia Sadi no g1, Prates defendeu a exploração petrolífera na foz do Amazonas, destacando que o projeto pode ser “um salto em direção ao futuro”. A afirmação faria algum sentido, ao menos retórico, se estivéssemos em 1983, mas não passa de um absurdo em 2023, no contexto da crise climática e da necessidade de acabarmos com a queima de combustíveis fósseis.“

Os analistas da agenda ESG argumentam que a postura de Jean-Paul Prates em relação à transição energética ignora a emergência climática global e vai na contramão do esforço mundial, que é o de priorizar de reforçar as fontes renováveis e diminuir gradativamente a dependência do petróleo”, comentou Rosana Jatobá na CBN.

ClimaInfo, 30 de março de 2023.

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