Petrobras licita plataformas para ampliar oferta de gás natural no Nordeste

Petrobras gás Nordeste
Tomaz Silva/Agência Brasil

A Petrobras lançou uma licitação para afretar dois navios-plataforma (FPSO) que vão produzir petróleo e gás natural no projeto Sergipe Águas Profundas, na Bacia de Sergipe-Alagoas, a cerca de 100 km da costa sergipana. De acordo com a petroleira, as unidades vão ser estratégicas para ampliar a disponibilidade do gás nacional. Além disso, abrem uma nova fronteira de produção de hidrocarbonetos na região Nordeste, ressalta o Valor.

“O projeto Sergipe Águas Profundas se destaca pelas reservas expressivas, com potencial de impulsionar a oferta de gás natural no país e reduzir nossa dependência à importação desse insumo”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em comunicado à imprensa.

Prates ainda afirmou que o gás natural é “o combustível essencial de transição energética. Não só por sua versatilidade de aplicação, como fonte de energia para as mais diversas indústrias, e previsibilidade de entrega, mas principalmente por sua eficiência em emissões”, complementou o executivo.

Os FPSOs SEAP I e SEAP II terão capacidade de produzir até 120 mil barris de petróleo por dia cada um. Quanto ao gás natural, uma das unidades terá capacidade para 10 milhões de m³/dia, e a outra, 12 milhões de m³/dia, de acordo com a epbr.

Prates ainda disse que o gás natural é “o combustível essencial de transição energética”. Talvez para a transição para mais carbono, não é Prates?

Em dezembro de 2021, foi declarada a comercialidade de sete campos em águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas: Agulhinha, Agulhinha Oeste, Budião, Budião Noroeste, Budião Sudeste, Cavala e Palombeta. Todas as áreas são operadas pela Petrobras. Em algumas delas, a petroleira brasileira tem como sócias a IBV Brasil Petróleo; em outras, a indiana ONGC.

Os poços para a produção na região serão perfurados em profundidades maiores que 2.500 metros. Entretanto, a Petrobras não informou quando se dará o início da operação dos navios-plataforma na região.

Os planos da Petrobras para Sergipe também foram noticiados por Agência Brasil, Poder 360, g1, Estadão, InfoMoney e Reuters.

Em tempo 1: A estocagem subterrânea de gás natural e carbono entrou na mira da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A estatal vai contratar uma consultoria externa para mapear, a partir deste ano, as áreas mais promissoras para estocagem de gás, com um capítulo dedicado à captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS) no Brasil. O início da pesquisa está previsto para o segundo semestre, com duração de 18 meses. O contrato inclui um estudo para políticas e regulação, com  referências internacionais sobre estocagem subterrânea; e um inventário de áreas para a atividade no Brasil, em campos depletados (já totalmente produzidos); além da avaliação de alvos para CCUS, detalha a epbr. Vale lembrar que o CCUS não contribui para reduzir a temperatura global – só evita que ela suba ainda mais. Afinal, tirar o carbono do fundo do poço e enterrá-lo no fundo de outro poço não altera a concentração na atmosfera.

Em tempo 2: Especialistas do IBAMA e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) fizeram uma inspeção nas instalações da Usina Nuclear Angra 1, em Angra dos Reis (RJ), informa o g1. A vistoria foi feita para avaliar os danos causados por um vazamento de água contaminada na Baía de Itaorna, no entorno da planta. O vazamento ocorreu em setembro de 2022, mas a Eletronuclear só o comunicou às autoridades 20 dias depois. No entanto, o IBAMA disse que soube do lançamento da água contaminada por uma denúncia anônima, e não pela operadora de Angra 1.

ClimaInfo, 6 de abril de 2023.

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