Com El Niño, temporada 2023 de furacões no Atlântico pode ser menos intensa que a média

REUTERS/Marco Bello

A temporada de furacões no Atlântico só começa em junho, mas os meteorologistas ainda estão incertos quanto ao potencial que ela pode trazer em termos de tempestades tropicais. Em grande parte, a incerteza está na possibilidade significativa de ocorrer o fenômeno El Niño no Pacífico central. 

A equipe de meteorologia da Colorado State University (CSU), dos Estados Unidos, divulgou nesta semana sua projeção para a temporada de 2023. Eles preveem a ocorrência de 13 tempestades nomeadas, com seis furacões e dois furacões de grande porte (categoria 3 ou superior). Esses números estão ligeiramente abaixo da média das temporadas recentes (14 tempestades, com sete furacões e três grandes furacões).

“Prevemos que a temporada de furacões na bacia do Atlântico em 2023 terá atividade ligeiramente abaixo da média”, disse Phil Klotzbach, cientista do departamento de ciências atmosféricas da CSU, citado pela CNN. “As condições neutras atuais do ENSO [oscilação sul do El Niño] parecem bastante prováveis de trazer a transição para o El Niño neste verão/outono [no Hemisfério Norte]. No entanto, há uma incerteza considerável sobre o quão forte seria um El Niño, se ele se desenvolver”. Bloomberg e Reuters também deram a notícia.

O Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) emitiu nesta 5ª feira (13/4) um alerta de El Niño, com 74% de probabilidade de que ocorra entre agosto e outubro de 2023. A previsão coincide com uma análise divulgada nesta semana pelo escritório de meteorologia da Austrália, que indicou a chance de um El Niño de grande porte neste ano.

Um possível El Niño resultaria em mais cisalhamento do vento no Atlântico, reduzindo o número de tempestades durante o pico da temporada, de agosto a outubro. No entanto, esse efeito de “amortecimento” também tem o potencial de ser compensado por um Atlântico mais quente que o normal, o que forneceria combustível para tempestades tropicais e furacões mais fortes. O alerta dos meteorologistas da NOAA foi destacado por Bloomberg e Reuters, entre outros.

ClimaInfo, 14 de abril de 2023.

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