Com mais de mil mortos em Malawi, ciclone Freddy pode se tornar tempestade mais mortal a atingir a África

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Esa Alexander/Reuters

Malawi, no Sudeste Africano, já registrou mais de mil mortes como efeito da passagem do ciclone Freddy, disse o presidente do país, Lazarus Chakwera, na quarta (12/4). A tempestade afetou mais de 2 milhões de habitantes do país africano e deslocou mais de meio milhão de pessoas ao destruir casas, estradas e outras infraestruturas, disse o chefe do Executivo à Reuters.

Com a atualização do número de mortos, Freddy está prestes a superar a tragédia provocada pelo furacão Idai, que atingiu a mesma região da África em 2019. A tempestade também matou mais de mil pessoas, mas foi mais fatal em Moçambique – que também foi atingido pelo Freddy.

Na época, Idai estava sendo considerado o pior desastre climático do Hemisfério Sul. Freddy, entretanto, superou assustadoramente a tempestade de 2019 em potência, extensão e duração.

Surgido na costa da Austrália no início de fevereiro, Freddy foi a primeira tempestade tropical a cruzar o Oceano Índico em 23 anos. Após se deslocar por mais de 8 mil quilômetros, o ciclone atingiu o sudeste da África duas vezes em março passado. A tempestade ficou ativa por 37 dias, um recorde histórico.

Freddy gerou uma energia acumulada equivalente a de quase 3 mil bombas de Hiroshima, superando alguns marcos meteorológicos mundiais. Em seu pico, em 21 de fevereiro, teve rajadas de vento de até 270 km/h.

Tanta força destruidora faz com que a recuperação de Malawi, Moçambique e Madagascar – os três países mais atingidos – seja dramática. Segundo o Afrik21, estimativas do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) apontam que somente o Malawi precisa de US$ 70,4 milhões para reconstruir seus recursos naturais e fortalecer a segurança alimentar da população.

Yahoo, Sight Magazine e Anadolu Agency reproduziram a matéria da Reuters com o novo balanço de mortos.

Em tempo: A Austrália está prestes a ser atingida pela mais forte tempestade tropical a se abater sobre o país em uma década. O ciclone Ilsa estava a cerca de 155 km da costa noroeste australiana, no Oceano Índico, e na tarde de quinta (13/4) foi atualizado para uma tempestade de categoria 5 – a classificação mais alta. A expectativa é que Ilsa atinja o território australiano com ventos a 315 km/h em seu núcleo, de acordo com o Bureau de Meteorologia do país. A chegada de Ilsa foi noticiada por Bloomberg, AP, Reuters e CNN.

ClimaInfo, 14 de abril de 2023.

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