Lentidão em reformas no Banco Mundial irrita países vulneráveis 

Banco Mundial x países vulneráveis
Timothy Sullivan/UNCTAD/Flickr

A reunião de primavera do Banco Mundial, realizada na semana passada, não agradou aos líderes políticos que esperavam que a principal instituição multilateral de apoio ao desenvolvimento avançasse mais clara e concretamente na agenda de clima. Mesmo com as promessas da futura gestão e os apelos por reformas, tudo soou “mais do mesmo”.

Uma das lideranças insatisfeitas com o balanço das conversas em Washington foi a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, que vem encabeçando as discussões recentes em torno da troca de pagamento da dívida externa dos países mais pobres e vulneráveis por recursos para mitigação e adaptação. À Associated Press, ela disse que ficou “furiosa” com o encaminhamento das conversas no Banco Mundial.

A insatisfação é justificada. Enquanto pressionam o Banco Mundial para participar mais ativamente do financiamento climático aos países vulneráveis, os governos das nações desenvolvidas seguem calados quando o assunto é cumprir suas promessas e garantir mais recursos financeiros para esse fim. 

Ao mesmo tempo, as necessidades das comunidades mais vulneráveis, especialmente de compensação pelas perdas e danos decorrentes de eventos climáticos extremos, aumentam a cada dia. “Quanto mais deve acontecer? Quantas pessoas mais devem perder suas vidas”, questionou Mottley.A queda-de-braço entre ricos e pobres também ficou ilustrada nas discussões sobre a capitalização do próprio Banco Mundial. Como o Climate Home assinalou, um grupo de países de baixa e média rendas pediu aos governos das nações desenvolvidas que ampliassem suas contribuições financeiras à instituição, de forma que ela possa aumentar o apoio a projetos de mitigação e adaptação no mundo em desenvolvimento. Como esperado, o apelo não sensibilizou as nações ricas, o que intensificou o mal-estar.

ClimaInfo, 19 de abril de 2023.

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