Califórnia impõe limites mais rígidos e define proibição a novos caminhões a diesel a partir de 2036

EUA caminhões a diesel
REUTERS/Mike Blake

Caminhões e ônibus movidos a diesel não serão mais vendidos na Califórnia a partir de 2036. É o que determina uma rigorosa regulação aprovada pelos reguladores estaduais na sexta-feira (28/4) para afastar o estado dos combustíveis fósseis e combater as mudanças climáticas, informam o New York Times e a CNBC. A regra combate a poluição causada por caminhões pesados ​​usados ​​para transportar mercadorias até os portos e exige que as empresas divulguem o uso desses caminhões até 2024.

A regra não pode ser implementada sem aprovação da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Mas está relacionada aos padrões que o governo de Joe Biden já aprovou no mês passado para eliminar gradualmente caminhões-baú movidos a diesel, semirreboques e grandes picapes de passageiros. Se a EPA aprovar a regra da Califórnia, outros estados poderão adotar os mesmos padrões posteriormente, explica a AP.

As propostas – que efetivamente exigiriam que todos os novos caminhões comerciais fossem elétricos – provocaram críticas da indústria de caminhões, que diz ser impossível cumprir os requisitos. Entretanto, receberam elogios de ativistas, que dizem que a nova regra vai beneficiar comunidades próximas a portos e armazéns movimentados, relata o Washington Post.

A nova regra para caminhões e ônibus foi adotada um dia após o California Air Resources Board (CARB) adotar regulamentos para limitar as emissões de locomotivas a diesel, lembra a Reuters. O estado vai implementar as regras mais ambiciosas de emissões sobre as ferrovias dos Estados Unidos, consideradas altamente poluentes.

A decisão histórica do CARB exige a eliminação de motores de locomotivas ineficientes com mais de 23 anos até 2030 e o aumento do uso de tecnologias de emissão zero para transportar carga dos portos e em pátios ferroviários. E também proíbe motores a diesel de ficarem em marcha lenta por mais de 30 minutos, detalha o Guardian.

A proposta, aprovada por unanimidade, recebeu apoio de ambientalistas e moradores de comunidades atravessadas por ferrovias. Eles destacaram o fardo doloroso colocado sobre as comunidades, deixadas na linha de frente para lidar com taxas mais altas de asma, câncer e outros efeitos devastadores à saúde, junto com o estrondo implacável que sacode os bairros ao longo dos trilhos.

De acordo com os reguladores da Califórnia, as emissões provenientes da queima de óleo diesel respondem ​​por cerca de 70% do risco de câncer dos habitantes do estado, devido à poluição.

Em tempo: Pelo menos duas dúzias de satélites de alta resolução devem estar em operação na órbita do planeta até o fim deste ano numa “vigilância” essencial para o combate à mudança climática: verificar com precisão as emissões de metano. Segundo a Bloomberg, as câmeras de alta velocidade dos equipamentos são capazes de gerar imagens tão claras que é possível ver qual ativo de petróleo e gás emitiu o metano – o que cria “uma nova era de transparência para as empresas do setor”, destaca o veículo. Enquanto isso, o Turcomenistão, país da Ásia Central que é um dos maiores emissores de metano do mundo, vem sendo cada vez mais pressionado pela ONU para conter esses vazamentos, informa a Bloomberg. Governado pelo ditador Gurbanguly Berdymukhamedov, o Turcomenistão tem a quarta maior reserva de gás fóssil do mundo. A infraestrutura envelhecida libera mais metano por unidade de produção de petróleo e gás do que qualquer outro grande fornecedor.

ClimaInfo, 2 de maio de 2023.

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