
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, formalizou na semana passada a pretensão de disputar a reeleição pela Casa Branca nas eleições de 2024. O democrata pode enfrentar um velho conhecido na disputa presidencial: o antecessor dele, Donald Trump, favorito para ganhar a candidatura republicana.
Em sua campanha vitoriosa de 2020, Biden teve a seu favor a expectativa do eleitorado mais jovem, frustrado com a inação da gestão Trump no enfrentamento à mudança do clima. O democrata prometia não apenas recolocar os EUA no Acordo de Paris, mas aumentar a ambição dos compromissos climáticos nacionais e colocar o país no caminho da descarbonização.
O que antes era expectativa, agora é desânimo. Não que Biden tenha descumprido tudo o que prometeu na questão climática; afinal, um dos carros-chefes da atual gestão é exatamente o pacote climático aprovado no ano passado. No entanto, como assinalou o NY Times, a frustração do eleitorado jovem com Biden é decorrente de outras medidas que, no agregado, colocam os EUA distantes do protagonismo global na luta contra a mudança do clima.
Uma das medidas mais polêmicas da gestão Biden foi a aprovação do projeto petrolífero em Willow, no Alasca, contrariando uma promessa feita na campanha de 2020, de que ele não aprovaria novos projetos de exploração de óleo e gás em terras públicas nos EUA. Para ativistas climáticos, que se alinharam totalmente a Biden na última eleição, a decisão é um sapo grande demais para ser engolido e, dependendo do contexto da próxima disputa presidencial, pode resultar na perda de apoio entre o eleitorado mais jovem.
Não à toa, como destacou o Inside Climate News, Biden e auxiliares dele na Casa Branca aproveitaram as últimas semanas para anunciar novas medidas na área climática, como a criação de um escritório para justiça ambiental e promessas de doação financeira para ação climática nos países em desenvolvimento – o que inclui a destinação de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia no Brasil.
E&E News e POLITICO também abordaram os desafios que Biden deve enfrentar na próxima eleição com a frustração dos eleitores mais jovens com sua política climática.
ClimaInfo, 2 de maio de 2023.
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