As pressões de Europa e EUA contra as emissões de metano das petroleiras

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REUTERS/Mike Blake

O Parlamento Europeu aprovou regras para forçar comercializadoras de petróleo e gás fóssil que operam no continente a reduzir emissões de metano. Entretanto, agora virá a etapa mais difícil para os eurodeputados: negociar com os estados-membros da UE – que querem regras mais fracas para reduzir as emissões – a forma final do regulamento. Os legisladores também apoiaram um pedido de estabelecimento de uma meta de redução de metano até 2030 feito à Comissão Europeia.

“Isso envia um forte sinal sobre a direção que a Europa deve seguir, especialmente à medida que avançamos para a próxima etapa do processo. Para reconquistar a liderança da Europa no clima e impulsionar a mudança globalmente, será imperativo que a posição do Parlamento seja adotada”, disse à Bloomberg Jonathan Banks, diretor global de prevenção da poluição por metano na organização sem fins lucrativos CATF.

Pela proposta, as empresas europeias de petróleo e gás fóssil deverão verificar sua infraestrutura acima do solo em períodos de dois a quatro meses e consertar os vazamentos de metano eventualmente detectados. Os legisladores também apoiaram as regras, propostas pela Comissão Europeia, de proibição de “liberar e queimar” o metano intencionalmente, explica a Reuters.

“A ventilação e queima rotineiras de metano são irresponsáveis ​​e alimentam a crise climática global”, disse Jutta Paulus, principal legislador do Parlamento sobre as regras.

Na semana passada, foram os reguladores dos Estados Unidos que fecharam mais o cerco contra as emissões de metano. Segundo a Reuters, o regulador de dutos do país anunciou novas regras destinadas a reduzir vazamentos do sistema de dutos domésticos. Isso poderá eliminar 1 milhão de toneladas de emissões de metano até 2030 – o equivalente a emissões de 5,6 milhões de carros.

A proposta de regulamentação da Administração de Oleodutos e Materiais Perigosos do Departamento de Transporte (PHMSA, na sigla em inglês) inclui 4,3 milhões de quilômetros de gasodutos de transmissão, distribuição e coleta; tanques subterrâneos de armazenamento de gás fóssil e 165 instalações de gás fóssil liquefeito.

O aperto dos reguladores na Europa e nos EUA sobre as emissões de metano também foram destaque no Financial Times, Energy Intelligence e Natural Gas World.

Em tempo: Vazamentos de metano dos dois principais campos de combustíveis fósseis do Turcomenistão, na Ásia Central, causaram mais aquecimento global em 2022 do que todas as emissões de carbono do Reino Unido. A partir de dados de satélite, a consultoria Kayrros, a pedido do Guardian, revelou que o campo ocidental do país, na costa do Mar Cáspio, vazou 2,6 milhões de toneladas de metano no ano passado, enquanto o campo oriental vazou 1,8 milhão de toneladas desse gás. Juntos, liberaram emissões equivalentes a 366 milhões de toneladas de CO2, mais do que as emissões anuais do Reino Unido, que ocupam a 17a posição no ranking global de emissões. As emissões do potente gás de efeito estufa do Turcomenistão, país rico em petróleo e gás fóssil, são “incompreensíveis” e um problema “irritante” que deve ser fácil de resolver, disseram especialistas. O Daily Mail também tratou do assunto.

ClimaInfo, 10 de maio de 2023.

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