G7 prepara declaração de apoio à transição energética do Sul Global 

G7 Japão 2023
AP Photo/Eugene Hoshiko

Faltando poucos dias para a cúpula do G7, programada para acontecer no próximo final de semana em Hiroshima (Japão), representantes das sete economias mais ricas do mundo e de outros países convidados, como o Brasil, preparam uma declaração de apoio à ação climática e à transição energética no mundo em desenvolvimento.

De acordo com a emissora japonesa NHK, o esboço em discussão prevê um apelo global pela aceleração da adoção de energia limpa, com vistas a viabilizar a neutralidade climática em 2050, além de promessas do G7 para ajudar os países em desenvolvimento e emergentes a mudar suas economias para um modelo circular mais sustentável.

A inclusão da temática de clima na agenda é vista como um movimento do grupo, capitaneado por Estados Unidos e União Europeia, para reforçar o diálogo com nações estratégicas no contexto geopolítico atual, marcado pela ascensão da China e pelo atoleiro bélico da Rússia na Ucrânia. A Associated Press abordou esse ponto.

“Existem três áreas em que o mundo desenvolvido poderia ter algo a oferecer [aos países em desenvolvimento]. Chama-se ‘três Ps’: Paz, Prosperidade e Planeta”, escreveu Hugo Dixon na Reuters. Ressaltando o último ponto, o articulista reiterou que o fracasso dos países ricos em prover o financiamento climático prometido há mais de uma década dificulta a confiança por parte dos países pobres. “As nações mais ricas agora precisam encontrar formas criativas de fornecer financiamento, mesmo com os orçamentos domésticos apertados”, argumentou.

Já entre os pequenos países insulares do Pacífico, a cobrança às nações desenvolvidas é mais contundente. “Para mim, é bastante ofensivo que sejamos obrigados a pedir dinheiro emprestado para construir resiliência [climática] e tomar empréstimos dos próprios países que estão causando as mudanças climáticas”, disse Mark Brown, primeiro-ministro das Ilhas Cook, à Associated Press.

Em tempo: E tome mais polêmica para a COP28: o governo dos Emirados Árabes Unidos, anfitriões da próxima Conferência da ONU sobre o Clima, convidaram o ditador da Síria, Bashar Al-Assad, para participar do segmento de alto nível do evento. Se isso se confirmar, será a primeira participação de Al-Assad desde que a Síria foi tomada por uma guerra civil que se arrasta há mais de uma década. A participação também deve causar constrangimento aos líderes de países críticos à atuação dele no conflito, já que ele foi acusado de utilizar armas químicas contra sua própria população. A notícia é do site POLITICO e da Reuters.

ClimaInfo, 16 de maio de 2023.

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