Petrobras derruba paridade internacional na definição de preços de combustíveis

Petrobras preços
REUTERS/Sergio Moraes

A Petrobras anunciou nesta 3ª feira (16/5) uma mudança em seu modelo de definição de preços para os combustíveis no Brasil, substituindo a política de paridade de importação (PPI). O novo modelo passa a considerar o “custo alternativo do cliente”, bem como o valor marginal para a Petrobras.

“O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos; já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”, explicou a empresa em nota.

O fim do PPI vinha sendo sinalizado desde a campanha eleitoral do ano passado pelo presidente Lula. Para ele, a definição de preços baseada na cotação do petróleo e do gás no mercado internacional resultou em preços excessivamente altos no mercado doméstico, contribuindo assim para o aumento da inflação e do custo de vida dos brasileiros.

A ideia do governo é evitar aumentos sucessivos no preço, com maior margem para conter os reflexos de eventuais altas externas para os consumidores nacionais. “Com essa estratégia comercial, a Petrobras vai ser mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercado dos seus concorrentes”, observou o presidente da empresa, Jean Paul Prates.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, classificou o PPI como “uma mentira e um crime contra o povo brasileiro, pois impunha uma algema, uma mordaça” e defendeu que estava na hora de “abrasileirar” os preços dos combustíveis. Estadão e O Globo repercutiram a fala.

Já no Valor, Francisco Góis contextualizou as mudanças e assinalou que, pela avaliação de especialistas na área, pouco efetivamente muda em termos de precificação dos derivados de petróleo no mercado nacional. Isso porque o novo modelo não ignora os preços internacionais e a taxa de câmbio, referências importantes no PPI, e os ganhos da empresa seguem no seu radar. CNN Brasil, Estadão, Folha, g1, O Globo, Reuters e Valor, entre outros, repercutiram a mudança na política de preços dos combustíveis da Petrobras.

ClimaInfo, 17 de maio de 2023.

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