El Niño retorna com força e deve agravar efeitos do aquecimento global

El Niño 2023 previsões

Depois de quatro anos sem dar as caras, o fenômeno climático El Niño voltou a ocorrer, aquecendo as águas do Pacífico Central. A confirmação foi dada pelo Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (CPC/NOAA) dos Estados Unidos na última 5a feira (8/6).

Havia a expectativa de que El Niño ocorresse em algum momento no segundo semestre de 2023. No entanto, de acordo com a NOAA, as condições já podem ser vistas e devem se fortalecer gradualmente nos próximos meses, ganhando mais potência a partir de setembro e outubro.

“Dependendo de sua força, o  El Niño pode causar uma série de impactos, como aumentar o risco de chuvas fortes e secas em determinados locais do mundo”, explicou Michelle L’Heureux, cientista do CPC/NOAA. “A mudança climática pode exacerbar ou mitigar certos impactos relacionados ao El Niño. Por exemplo, ele pode levar a novos recordes de temperatura, principalmente em áreas que já experimentam temperaturas acima da média durante o fenômeno.”

Como a formação de El Niño no ciclo atual aconteceu antes do esperado, os meteorologistas indicam uma probabilidade significativa (56%) de que o fenômeno seja forte, com 25% de chances de atingir proporções gigantescas. Ou seja, existe uma grande possibilidade de 2023 fechar como o ano mais quente já registrado, superando os recordes de 1998 e 2016.

No Brasil, o El Niño costuma intensificar as chuvas na Região Sul, com uma redução das precipitações no Norte e Nordeste. Assim, o Rio Grande do Sul, estado que vive uma forte estiagem há anos, pode ter uma temporada chuvosa mais intensa no próximo verão, enquanto a Amazônia pode enfrentar um período mais seco, o que pode favorecer a disseminação de queimadas na floresta.A volta do El Niño foi abordada por diversos veículos, com destaque para CNN Brasil, Estadão, Folha, g1 e VEJA, além da MetSul. No exterior, a notícia foi repercutida por AFP, Al-Jazeera, Bloomberg, CBS News, Reuters e Washington Post, entre outros.

ClimaInfo, 12 de junho de 2023.

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