Igreja Anglicana retira investimentos em petroleiras 

Igreja Anglicana investimentos fósseis
Gareth Fuller/PA

Em anúncio na 5ª feira (22/6), a Igreja Anglicana disse que estava desinvestindo de combustíveis fósseis em seu fundo de doação de 10,3 bilhões de libras e seu fundo de pensão. Os desinvestimentos envolvem posições em petroleiras como Shell, bp e Total, detalha o Politico. Para entender a importância da decisão, o Guardian lembra que a igreja já rejeitou pedidos para vender participações de combustíveis fósseis em seu fundo de pensão de 3,5 bilhões de libras.

A Igreja Anglicana disse que estava abandonando as petroleiras e todas as empresas envolvidas em exploração, produção e refino de combustíveis fósseis até o final de 2023, a menos que estivessem em alinhamento genuíno com a proposta de limitar o aquecimento global. Outras instituições religiosas já anunciaram desinvestimento similar, como a União Batista da Grã-Bretanha e a Igreja Reformada Unida.

Na assembleia geral de acionistas da Shell, no final de maio, o Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra se mostrou desapontado com a petroleira. O conselho disse que havia apoiado a Shell quando ela foi a “pioneira no setor de petróleo e gás natural, em 2021, ao lançar uma estratégia de transição energética que incluía o compromisso de reduzir as emissões. (…) Hoje, lamento dizer que vemos um caminho diferente sendo tomado”, disse Laura Hillis, diretora de investimento do fundo.

“Depois de anos tentando se envolver com os conselhos de administração, agora está claro que a Shell e vários de seus pares não têm ambição suficiente para descarbonizar de acordo com os objetivos do Acordo de Paris”, disse John Ball, diretor executivo do Conselho de Pensões, em um comunicado enviado por e-mail à petroleira, segundo a Bloomberg.

“A Igreja seguirá não apenas a ciência, mas nossa fé – ambas nos chamam para trabalhar pela Justiça Climática”, disse Justin Welby, arcebispo de Canterbury, em comunicado noticiado pela Reuters.

O retorno da Shell ao petróleo e gás fóssil foi demais até mesmo para um dos comerciantes de energia da empresa: o trader Steffen Krutzinna decidiu sair da companhia, relata a Bloomberg.

O “castigo divino às petroleiras” também foi destaque no Telegraph, Financial Times e Evening Standard.

ClimaInfo, 23 de junho de 2023.

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