É só o início: especialistas esperam novos recordes de temperatura até o fim do ano

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AP / Andy Wong

Esta semana já está marcada na história das análises meteorológicas e climáticas. Ela nem terminou, mas garantiu ao menos o registro dos dois dias mais quentes já registrados pela ciência, como consequência do aquecimento adicional iniciado pela Revolução Industrial precipitando a crise climática. 

Na última 2ª feira (3/7), a temperatura média global foi de 17,01oC, batendo um recorde que vinha desde 2016. Mas a nova marca durou somente 24 horas. Um dia depois, na 3ª feira (4/7), os termômetros registraram a temperatura média de 17,18oC. Os dois dados são preliminares, mas já indicam que os próximos meses serão particularmente mais quentes em virtude da ocorrência do fenômeno meteorológico El Niño.

“Um recorde como este é outra evidência para a proposição agora massivamente apoiada de que o aquecimento global está nos empurrando para um futuro mais quente”, observou o cientista climático Chris Field, da Universidade de Stanford (EUA), à Associated Press.

O Washington Post ouviu especialistas para analisar o quão quente, de fato, foi a última 3ª feira. Ainda que os dados científicos remontem apenas aos últimos 160 anos, é possível estimar que o calor intenso dos últimos dias é algo não visto há pelo menos 125 mil anos.

“Quando provavelmente será o dia mais quente? Será quando o aquecimento global, o El Niño e o ciclo anual se alinharem – que serão nos próximos meses”, explicou Myles Allen, professor de ciência geossistêmica da Universidade de Oxford (Reino Unido). “É um golpe triplo”.

A CNN também abordou a sequência de dias mais quentes que deve ser registrada nas próximas semanas e meses, impulsionada pelo começo do El Niño.

ClimaInfo, 6 de julho de 2023.

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