Petrobras volta a defender mandato para o seu diesel “renovável”

12 de julho de 2023
Petrobras diesel renovável
Divulgação Petrobras

Recentemente, a Petrobras foi autorizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) a ampliar de 5 milhões de litros para 12,4 milhões de litros por dia sua produção de diesel semi-“renovável” – resultado do coprocessamento de combustível fóssil com óleo vegetal. O “diesel R” parece fazer parte dos (nebulosos) planos de transição energética da companhia.

Mas, para ir adiante com o novo combustível, a petroleira insiste num mandato. Ou seja, que o governo crie um percentual mínimo de compra do produto pelas distribuidoras, nos moldes do que ocorre atualmente com o biodiesel, adicionado ao diesel de origem fóssil.

“Essa questão regulatória precisa ser superada para que possamos colocar para a sociedade esses dois produtos [incluindo também o HVO, outro diesel “renovável” produzido pela Petrobras]. O diesel R tem mais de 20 anos, e o HVO é uma tecnologia conhecida. Não podemos ficar para trás nisso em relação a outros países”, disse o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser.

Segundo o executivo, embora cargas de diesel R estejam disponíveis para compra, a adesão dos clientes é voluntária, de acordo com metas internas de cada empresa. Afinal, não há obrigatoriedade de compra do produto.

O Estadão lembra que o diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, tem defendido publicamente um “mandato adicional” para o diesel R, que se some ao mandato atual do biodiesel, que hoje é de 12% do diesel vendido nos postos. Tolmasquim falou em um mandato gradual, que chegue a 5% ou 7% de diesel R no diesel vendido ao consumidor.

Schlosser disse que a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, alcançará uma produção de 78 mil barris diários de diesel R ainda em 2023. Mas a ideia é atingir 154 mil barris por dia nos próximos anos, segundo a CNN.

O mandato para o diesel R foi notícia também no Valor, Investing.com e Terra.

Em tempo 1: Ativistas do Amapá lançaram um abaixo-assinado contra a exploração de petróleo na foz do Amazonas, onde a Petrobras tenta obter licença para perfurar um poço no bloco FZA-M-59, na costa da cidade de Oiapoque. “Não está sendo levado em consideração o que o Parecer Técnico 128/2023 do IBAMA aponta, sobre a falta de planejamento claro e amplo para uma eventual ocorrência de derramamento de óleo, que pode afetar seriamente o solo e a água, fazendo com que Comunidades e Povos sejam afetados por uma tragédia sem precedentes, assim como toda população do Amapá em curto ou longo prazo”, afirma a petição, publicada pelo coletivo Utopia Negra Amapaense, relata ((o))eco. Na semana passada, ativistas da organização fizeram intervenções no centro e na periferia de Macapá, capital do estado. “Uma manifestação contra a exploração, pois sabemos quem são as pessoas que sofrerão as maiores consequências, caso o óleo vaze”, frisou Paulo Cardoso, diretor de projetos da Utopia Negra Amapaense. Também participaram do ato ativistas das Engajamundo e Associação Giramundo.

ClimaInfo, 12 de julho de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar