Petrobras volta a defender mandato para o seu diesel “renovável”

Petrobras diesel renovável
Divulgação Petrobras

Recentemente, a Petrobras foi autorizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) a ampliar de 5 milhões de litros para 12,4 milhões de litros por dia sua produção de diesel semi-“renovável” – resultado do coprocessamento de combustível fóssil com óleo vegetal. O “diesel R” parece fazer parte dos (nebulosos) planos de transição energética da companhia.

Mas, para ir adiante com o novo combustível, a petroleira insiste num mandato. Ou seja, que o governo crie um percentual mínimo de compra do produto pelas distribuidoras, nos moldes do que ocorre atualmente com o biodiesel, adicionado ao diesel de origem fóssil.

“Essa questão regulatória precisa ser superada para que possamos colocar para a sociedade esses dois produtos [incluindo também o HVO, outro diesel “renovável” produzido pela Petrobras]. O diesel R tem mais de 20 anos, e o HVO é uma tecnologia conhecida. Não podemos ficar para trás nisso em relação a outros países”, disse o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser.

Segundo o executivo, embora cargas de diesel R estejam disponíveis para compra, a adesão dos clientes é voluntária, de acordo com metas internas de cada empresa. Afinal, não há obrigatoriedade de compra do produto.

O Estadão lembra que o diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, tem defendido publicamente um “mandato adicional” para o diesel R, que se some ao mandato atual do biodiesel, que hoje é de 12% do diesel vendido nos postos. Tolmasquim falou em um mandato gradual, que chegue a 5% ou 7% de diesel R no diesel vendido ao consumidor.

Schlosser disse que a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, alcançará uma produção de 78 mil barris diários de diesel R ainda em 2023. Mas a ideia é atingir 154 mil barris por dia nos próximos anos, segundo a CNN.

O mandato para o diesel R foi notícia também no Valor, Investing.com e Terra.

Em tempo 1: Ativistas do Amapá lançaram um abaixo-assinado contra a exploração de petróleo na foz do Amazonas, onde a Petrobras tenta obter licença para perfurar um poço no bloco FZA-M-59, na costa da cidade de Oiapoque. “Não está sendo levado em consideração o que o Parecer Técnico 128/2023 do IBAMA aponta, sobre a falta de planejamento claro e amplo para uma eventual ocorrência de derramamento de óleo, que pode afetar seriamente o solo e a água, fazendo com que Comunidades e Povos sejam afetados por uma tragédia sem precedentes, assim como toda população do Amapá em curto ou longo prazo”, afirma a petição, publicada pelo coletivo Utopia Negra Amapaense, relata ((o))eco. Na semana passada, ativistas da organização fizeram intervenções no centro e na periferia de Macapá, capital do estado. “Uma manifestação contra a exploração, pois sabemos quem são as pessoas que sofrerão as maiores consequências, caso o óleo vaze”, frisou Paulo Cardoso, diretor de projetos da Utopia Negra Amapaense. Também participaram do ato ativistas das Engajamundo e Associação Giramundo.

ClimaInfo, 12 de julho de 2023.

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