Chineses anunciam investimentos na eletrificação da frota brasileira

China elétricos Brasil
IsmaelMarder / Pixabay

As chinesas BYD e Great Wall Motors anunciaram investimentos bilionários em fábricas de veículos elétricos no Brasil, na Bahia e em São Paulo, respectivamente. A promessa, lembra o g1, é que essas unidades exportem o “trânsito silencioso” promovido pelos carros a eletricidade – que não emitem ruídos, ao contrário de seus similares a combustão – para todo o mundo. Mas as perspectivas para a eletrificação da frota brasileira não param aí.

O BNDES vai disponibilizar R$ 200 milhões para infraestrutura e mobilidade sustentável por meio do programa Rota 2030, criado pelo governo federal em 2018 para apoiar o desenvolvimento tecnológico, a competividade, a inovação, a eficiência energética e a qualidade de automóveis. Os recursos, não reembolsáveis, deverão ser destinados a investimentos na produção de carros híbridos, ônibus elétricos e produtos relacionados, informa a Folha.

O banco defende a desoneração da produção de veículos a eletricidade no país. E também avalia criar uma linha de crédito para empresas que produzam ou tenham interesse em produzir ônibus elétricos no Brasil.

A medida pode beneficiar a fabricante chinesa de ônibus, caminhões e vans elétricas Higer. A companhia comunicou ao governo Lula a intenção de construir uma segunda fábrica no Brasil, no Centro-Oeste, segundo o Valor. A primeira linha de montagem está sendo construída no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, com início de produção previsto para 2025. Além de ônibus e caminhões elétricos, serão feitas versões a diesel para exportação, detalha a Folha.

Quem vai ganhar com a eletrificação da frota brasileira de veículos é a energia solar. Somada ao início da produção de hidrogênio verde em larga escala, deve movimentar o mercado nacional da fonte solar em cerca de R$ 2,2 trilhões até 2050. O cálculo é do Portal Solar, informa o Valor.

“Em razão de exigências ambientais, custos de investimentos e possibilidade de geração elétrica próxima ou junto ao local de consumo, a energia solar fotovoltaica se posiciona como a tecnologia mais viável para atender esse crescimento de demanda”, diz o CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer.

Em tempo 1: Um ponto preocupante para a expansão dos veículos elétricos é o lítio. Para Jennifer Harris, que foi assistente especial da presidência dos EUA e diretora sênior de economia internacional de 2021 a 2023, alcançar a transição energética exigirá muito mais lítio e outros minerais até 2030 do que o mundo está preparado para produzir. Contudo, Harris frisa, em artigo na Folha, que “o aumento responsável da produção global é fundamental” – não esqueçamos as denúncias de que a busca da China por minerais essenciais para transição energética alimenta violações de Direitos Humanos. “Este não é um problema que qualquer país possa resolver sozinho. A magnitude da oferta necessária para evitar déficits iminentes é maior do que qualquer país poderia produzir sozinho. Os EUA e seus parceiros podem e devem cooperar para aumentar a produção no exterior. Tampouco é um problema que o mercado possa administrar sozinho”, destaca Harris.

Em tempo 2: A energia solar fotovoltaica ultrapassou 32 GW de potência instalada no Brasil, somando as usinas de grande porte e sistemas de geração distribuída. O total equivale a 14,7% da matriz elétrica do país, informou a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). De acordo com a ABSOLAR, desde 2012 a fonte gerou R$ 155,2 bilhões em novos investimentos no Brasil, mais de R$ 45,1 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e mais de 960 mil empregos acumulados. E também evitou a emissão de 40,6 milhões de toneladas de CO2 pela geração elétrica no país, detalha a CNN.

ClimaInfo, 19 de julho de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.