Falta muito pouco para 2023 ser o ano mais quente da História 

calor extremo 2023
Pixabay

Se o restante do verão no Hemisfério Norte seguir os passos do primeiro mês da estação, teremos o ano mais quente já registrado no mundo. Há uma chance bastante alta – acima de 80% – de que 2023 supere o recorde de 2016, segundo análise da Berkeley Earth.

De fato, o panorama é bastante preocupante. Como bem assinalou a Bloomberg, julho de 2023 já conta com 10 dos dias mais quentes da história. O calor intenso é observado em diversas partes do Hemisfério Norte, como a Europa mediterrânea, a Ásia Central, o leste asiático e boa parte da América do Norte. Ao mesmo tempo, como resultado do desbalanço gerado pelo calor excessivo em algumas partes, chuvas intensas vêm sendo registradas em outras áreas, como Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Índia e Paquistão.

Na Europa, enquanto a onda de calor Cérbero perde força, os países do Mediterrâneo já sentem os efeitos de outro sistema de calor, batizado de Caronte. Grécia, Itália, França e as nações balcânicas se preparam para novos recordes de temperatura. O calor intenso está impulsionando incêndios florestais na Espanha, especialmente nas Ilhas Baleares, e na Grécia, onde um foco de fogo se formou nas proximidades da capital, Atenas. Associated Press, Bloomberg, Euronews, Guardian e NY Times dão mais detalhes.

No Vale da Morte, localizado na divisa entre Califórnia e Nevada, nos EUA, os termômetros chegaram a 53,3oC no último domingo (16/7), a poucos graus do recorde de 56,7oC registrado em julho de 1913 em Furnace Creek, localizado nas proximidades do parque. O calor extremo chamou a atenção de turistas corajosos que encararam o sol forte e o ar seco para tirar fotos do termômetro digital que registra a temperatura local. O calor nos EUA foi abordado por Associated Press, Guardian, NY Times e Reuters, entre outros. 

“O clima extremo – uma ocorrência cada vez mais frequente em nosso clima em aquecimento – está tendo um grande impacto na saúde humana, nos ecossistemas, economias, agricultura, energia e abastecimento de água. Isso destaca a crescente urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa o mais rápido e profundamente possível”, disse o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (WMO), Petteri Taalas.

Além da mudança climática, o aumento expressivo das temperaturas neste verão também se deve à ocorrência do fenômeno El Niño, resultado do aquecimento das águas do Pacífico Central, que interfere no clima em diversas partes do globo. O El Niño atual deve permanecer pelos próximos meses com uma intensidade similar àquela observada em 2016 – que, não coincidentemente, ainda é o ano mais quente já registrado.“Não deveríamos nos surpreender com as altas temperaturas globais. Isso tudo é um lembrete do que sabemos há muito tempo, e veremos cada vez mais extremos [do tipo] até pararmos de acumular mais gases de efeito estufa na atmosfera”, comentou Richard Betts, cientista climático do Met Office britânico e da Universidade de Exeter, citado pelo Guardian.

ClimaInfo, 18 de julho de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.