Ex-ministro “boiadeiro” vira réu em ação que apura exportação ilegal de madeira

Salles madeira ilegal
Reprodução redes sociais

Ex-ministro do meio ambiente do governo Bolsonaro vira réu por suspeita de liderar uma organização criminosa que atuava no contrabando de madeira de origem ilegal.

A Justiça Federal no Pará tornou réu um ex-ministro do meio ambiente da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se notabilizou por “passar a boiada” para atropelar as leis ambientais no Brasil. O caso já tinha motivado a saída dele do antigo governo em maio de 2021: a suspeita de participação em um esquema de contrabando de madeira de origem ilegal da Amazônia para o exterior.

Na época, a Operação Akuanduba descobriu o envolvimento de autoridades e servidores públicos no esquema criminoso. De acordo com a Polícia Federal, o ex-ministro e o então presidente do IBAMA, Eduardo Bim, atuaram em favor de empresários do setor madeireiro em detrimento de suas responsabilidades institucionais de proteção e preservação do meio ambiente. Bim também se tornou réu na mesma ação.

O ex-ministro teria recebido cerca de R$ 14 milhões entre 2012 e 2020 (que abrange seu período como secretário do meio ambiente em São Paulo e como ministro em Brasília) por meio de um escritório de advocacia do qual era sócio com madeireiros. A suspeita da PF é de que o escritório servisse como fachada para pagamentos ilegais.

O relatório de indiciamento também aponta que servidores que suspeitavam do esquema acabaram sendo afastados de suas funções e substituídos por pessoas que representavam interesses privados ligados à indústria madeireira. O ex-ministro também fazia reuniões frequentes com representantes do setor e ordenava ao comando do IBAMA a publicação de normas para dificultar a fiscalização e facilitar a liberação de madeira de origem suspeita.

O indiciamento do pior ministro do meio ambiente da história do Brasil por crimes contra o meio ambiente foi amplamente repercutido na imprensa, com destaques na CartaCapital, CNN Brasil, Correio Braziliense, Estadão, Folha, g1, O Globo e UOL, entre outros.

 

ClimaInfo, 30 de agosto de 2023.

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