Das capitais brasileiras, 40% tiveram inverno mais quente da história

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ROBERTO CASIMIRO/Estadão Conteúdo

Em 10 das 25 capitais brasileiras, a média de temperatura durante o último inverno foi a mais alta já registrada na série histórica do INMET.

O frio foi uma exceção no inverno de 2023 em boa parte do Brasil. Um levantamento feito pela Folha a partir de dados do INMET mostrou que a temperatura média ficou até 3,4ºC mais alta em 10 das 25 capitais brasileiras no último inverno na comparação com a média de 2001 a 2010.

A capital que registrou esse maior valor de aumento da temperatura média neste inverno foi Cuiabá (MT), com temperatura média de 28,8ºC na última temporada fria. Em termos de temperatura, no entanto, a campeã foi Manaus (AM), que fechou o inverno com temperatura média de 30,1ºC, quase 2ºC mais quente do que o registrado na primeira década deste século.

O inverno mais ameno se refletiu também em máximas bem acima do normal em muitas capitais. Em seis delas, o calor foi recorde para o inverno: Boa Vista (RR) registrou média máxima de 36,5ºC; seguida por Cuiabá, com 36,3ºC; Manaus, com 34,9ºC; Rio Branco (AC), com 32,2ºC; João Pessoa (PB), com 29,7ºC; e São Paulo (SP), com 25,8ºC.

As temperaturas mais altas no último inverno estão relacionadas com o fenômeno climático El Niño, no qual o aquecimento das águas da superfície do Oceano Pacífico central interfere nos padrões climáticos ao redor do mundo. 

Um exemplo disso foi a onda de calor que cobriu o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil na segunda metade de setembro. O UOL destacou as cidades que experimentaram as maiores temperaturas do ano nas últimas semanas, como São Romão (MG), com 43,5ºC; Porto Murtinho (MS), com 42,9ºC; Oeiras (PI), com 42,4ºC; e Águas Claras (MS), com 42,2ºC.

Por outro lado, a comparação com a média de temperatura dos anos 2000 mostra que o aumento de temperatura tem sido generalizado ao longo do tempo, reflexo da mudança climática provocada pelo aquecimento da atmosfera terrestre decorrente da concentração crescente de gases de efeito estufa.

 

ClimaInfo, 2 de outubro de 2023.

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