Alerta vermelho para onda de calor no país é ampliado até fim de semana

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Gabriel de Paiva / Agência O Globo

O INMET estendeu alerta em 15 estados e no DF até a 6ª feira (17/11) e destacou “riscos para a integridade física [e] à vida humana”. 

Boa parte do Brasil seguirá “assando” ao menos até o final desta semana. A forte onda de calor que cobre o Centro-Oeste e o Sudeste deve manter as temperaturas bem acima do normal nos próximos dias, dando uma trégua apenas a partir do sábado (18).

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a situação é de grande perigo à saúde humana, já que a temperatura máxima está pelo menos 5oC acima da média por um período maior do que cinco dias consecutivos. O alerta vermelho é o mais alto dentro do sistema de referência do INMET.

Além do calor intenso, o INMET apontou também para a baixa umidade, entre 20% e 30%, em partes do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins. O tempo seco piora a qualidade do ar, contribuindo para a ocorrência de doenças cardiorrespiratórias, e também facilita o surgimento e a disseminação de focos de queimadas.

“Não é anormal ter onda de calor na primavera. Mas já são quatro ondas nos últimos meses, sem nem chegarmos ao fim da estação. O aquecimento global tem tornado as ondas mais intensas e frequentes”, explicou ao g1 o pesquisador José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).

Na mesma linha, o físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática (IPCC), ressaltou que o Brasil deve sofrer mais com o aumento de temperatura em decorrência da crise climática. “As previsões do IPCC colocam que a temperatura do Brasil, de acordo com os cenários de emissões, pode ter um aumento, em média, da ordem de 4oC”, assinalou à Folha.

O calor atual também está relacionado ao fenômeno El Niño, que influencia os padrões climáticos ao redor do mundo. No Brasil, isso se reflete em clima mais quente e seco nos Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste e em mais tempestades no Sul. A expectativa é de que o El Niño se mantenha ativo até meados do próximo semestre.

“É provável que nem todos os anos sejam tão intensos [em termos de calor] como 2023, mas a tendência é que, independentemente do El Niño, continuemos a experimentar eventos extremos relacionados à temperatura ou às chuvas”, observou a geógrafa Karina Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), à BBC Brasil.

Band, CNN Brasil, Correio Braziliense, Folha, O Globo, UOL e VEJA, entre outros, repercutiram os efeitos da onda de calor no Brasil.

 

ClimaInfo, 16 de novembro de 2023.

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