Queimadas no Pantanal transformam estrada em “corredor de fogo”

17 de novembro de 2023
queimadas Pantanal 2023
Reprodução Redes Sociais via Metrópoles

Com calor nas alturas e sem chuva, incêndios no bioma não dão trégua, afetam fauna e flora, e fumaça das queimadas invade cidades e estradas.

Em meio à forte onda de calor que toma conta da maior parte do país, o Pantanal tem enfrentado uma série de queimadas que se espalha pelos dois estados em que fica o bioma, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ambos já decretaram situação de emergência. Na 4ª feira (15/11), as chamas atravessaram o km-646 da BR-262, em Corumbá (MS). O “corredor de fogo” assustou motoristas e destruiu a vegetação nas margens da pista. As chamas também atingiram a Transpantaneira, no Mato Grosso.

Imagens divulgadas pelo Instituto do Homem Pantaneiro (IHP) e pela SOS Pantanal mostram as chamas tomando conta das estradas e dezenas de brigadistas tentando combater o incêndio florestal, destacam O Globo, g1 e Metrópoles. Pelo risco de incêndios, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) desaconselhou motoristas a utilizarem a BR-262 no trecho entre Miranda e Corumbá, informa o Correio do Estado.

O fogo ameaça vilas e pousadas pantaneiras, mostra O Globo. Suas cinzas se espalham por cidades próximas. Segundo a Folha e O Popular, pequeninos flocos esbranquiçados caem do céu encoberto em névoa em Miranda, que fica a pouco mais de 200 km da capital sul-matogrossense, Campo Grande. Além disso, a cidade e dezenas de quilômetros dos seus arredores estão encapsulados em uma névoa acinzentada de fumaça.

A fumaça dos incêndios no Pantanal pode ter prejudicado um avião de pequeno porte em Corumbá. O pouso forçado da aeronave, que levava quatro pessoas, ocorreu em uma estrada da região do Paiaguás e pode ter sido causado pela fumaça e falta de visibilidade, informa o Correio do Estado.

Os animais vêm tentando sobreviver às chamas, mas a tarefa se torna cada vez mais difícil. Como destaca O Globo, além das chamas fora de controle, os bichos passam por problemas para encontrar alimentos, perda de habitat e têm dificuldades para conseguir água. Vários insetos, répteis, anfíbios e pequenos mamíferos, que não têm capacidade de fugir, já foram encontrados mortos.

Levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostrou que 1 milhão de hectares do Pantanal foram destruídos de janeiro até agora, relata a TV Cultura, número três vezes maior que em 2022 inteiro. Somente na primeira quinzena de novembro, segundo a CNN, o Mato Grosso do Sul registrou 1.072 focos de incêndio, mostram dados do INPE. Somente nas 24 horas entre as manhãs de 4ª e 5ª (15 e 16/11), o fogo no Pantanal sul-matogrossense avançou 21 km, percorrendo cerca de 1 km por hora, de acordo com o Midiamax.

 

ClimaInfo, 17 de novembro de 2023.

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