Estados Unidos vivem o inverno mais quente em 130 anos

EUA inverno mais quente
Texas Division of Emergency Management @TDEM

A média de temperatura foi a de 3,1°C nos 48 estados do território continental do país, temperatura 3°C acima da média de dezembro a fevereiro.

Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás apenas da China. Mas, durante décadas, foi o líder absoluto em sujar a atmosfera. É, sem qualquer dúvida, um dos principais responsáveis pelas mudanças climáticas que vivemos.

Mas a “lei do retorno” não isenta o país dos estragos que causou [e continua causando] ao mundo. A mais recente prova disso diz respeito à temperatura média registrada pelo país durante o inverno, que termina dia 20 de março no Hemisfério Norte.

De acordo com a Administração Atmosférica e Oceânica Nacional (NOAA, sigla em inglês), a média de temperatura nos 48 estados do território continental dos EUA de dezembro a fevereiro foi de 3,1°C, ou seja, 3°C acima da média, informa a Folha, tornando-se o inverno mais quente em 130 anos de registros, explica a instituição.

Os maiores aumentos de temperatura de dezembro a fevereiro ocorreram no Alto Centro-Oeste, Grandes Lagos e Nordeste. Em fevereiro, o Alasca estava 12°C mais quente do que a média, relata o npr. Vale lembrar que fevereiro foi o mês mais quente já registrado em todo o planeta, segundo o observatório climático europeu Copernicus.

O “calor persistente” provocou uma “diminuição contínua da camada de gelo” nos Grandes Lagos, no norte dos EUA, atingindo o nível mais baixo da história em fevereiro, destacou a NOAA. No Texas, o incêndio chamado Smokehouse Creek, considerado o maior da história do estado e que se estendeu até o oeste de Oklahoma, começou em fevereiro e destruiu mais de 430 mil hectares.

Outros eventos importantes incluíram padrões atmosféricos incomuns que trouxeram chuvas fortes e nevascas em algumas partes do oeste e causaram fortes ventos, inundações, deslizamentos e cortes de energia em algumas regiões da Califórnia.

Os impactos do “inverno fervente” estadunidense podem ser de longo alcance. Os mosquitos podem aparecer no início da primavera, aumentando as chances de espalharem doenças transmitidas por vetores, como a dengue – a doença também pode se tornar uma ameaça no país. Muitas culturas, como árvores frutíferas e nozes, exigem certa quantidade de frio a cada inverno, conhecida como “horas frias”. Sem isso, produzem menos durante o verão.

 

ClimaInfo, 11 de março de 2024.

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