Europa não está preparada para iminente catástrofe climática, mostra estudo

Europa catástrofe climática
Tristan Schmurr/Flickr

Relatório afirma que são necessárias mais ações para enfrentar metade dos 36 riscos climáticos significativos com consequências potencialmente graves que identifica para o continente europeu.

Países europeus devem se preparar para riscos “catastróficos”, que vão desde inundações até ondas de calor mortais, à medida que as mudanças climáticas agravam todos os setores de suas economias e sociedades neste século. Assim, os formuladores de políticas precisam elaborar novos planos para enfrentar esses desafios, indica um relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente (EEA, sigla em Inglês). É a primeira vez que o órgão faz uma análise abrangente dos riscos relacionados ao clima em todo o continente.

O documento afirma que a Europa não está preparada para os riscos climáticos crescentes, destaca o Guardian. Desde incêndios florestais que destroem casas até condições climáticas violentas que afetam as finanças públicas, são necessárias mais ações para enfrentar metade dos 36 riscos climáticos significativos com consequências potencialmente graves que o relatório identifica para a Europa. E cinco desses riscos necessitam de ação urgente, diz a agência.

Em um cenário pessimista, até o final do século “centenas de milhares de pessoas morreriam de ondas de calor, e as perdas econômicas apenas com inundações costeiras poderiam ultrapassar 1 trilhão de euros por ano”. Muito mais que os 650 bilhões de euros perdidos devido a extremos climáticos e relacionados ao clima em toda a região de 1980 a 2022, relata a Reuters.

A agência identifica ecossistemas costeiros e marinhos, bem como florestas, especialmente no sul, como as áreas onde a ação mais urgente é necessária, com a gravidade do risco já crítica e propensa a aumentar para “catastrófica” no final do século, detalha o Euronews. Mais atenção e investigação também são necessárias para avaliar o impacto das mudanças climáticas nos sumidouros naturais de carbono, nas alterações na distribuição da vida selvagem e nas espécies invasoras.

Nesse sentido, os autores do relatório chamam atenção para doenças como a dengue: “O sul da Europa agora possui temperaturas suficientemente elevadas para que os mosquitos transmitam doenças anteriormente tropicais, incluindo dengue e chikungunya, e vários surtos ocorreram nos últimos anos”.

A Europa é o continente com aquecimento mais acelerado no mundo, com temperaturas se elevando a uma taxa duas vezes maior que a global, afirma a EEA. Mesmo que os países consigam abrandar o calor, as temperaturas globais já são mais de 1oC superiores às dos tempos pré-industriais, informa o DW.

Em fevereiro, o mais quente mês da história segundo o observatório climático europeu Copernicus, as temperaturas na Europa ficaram 3,3°C acima da média do mês no período 1991-2020, com termômetros bem acima da média na Europa Central e Oriental. Com isso, o inverno europeu 2023/2024 foi o segundo mais quente já registrado no continente.

Al Jazeera, Recycling Magazine e France24 também repercutiram o estudo da EEA.

 

 

ClimaInfo, 13 de março de 2024.

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