Líder Yanomami pede apoio do Papa Francisco para combater o garimpo ilegal

Líder Yanomami Francisco garimpo ilegal
Vatican News/Divulgação

Em audiência com o Sumo Pontífice, Davi Kopenawa relatou dificuldades vividas pelo Povo Yanomami, que sofre com a invasão do garimpo e uma crise humanitária.

O líder Yanomami Davi Kopenawa se encontrou na última 4ª feira (10/4) com o Papa Francisco no Vaticano. Na audiência com o Sumo Pontífice, o representante indígena pediu o apoio da Igreja Católica para a causa Yanomami no Brasil, em especial o combate ao garimpo ilegal, à invasão de terras e à proteção dos Povos Indígenas.

No encontro, Kopenawa relatou a situação do Povo Yanomami, que vive uma grave crise humanitária causada pela ação do garimpo em seus territórios. 

“As crianças Yanomami estão desnutridas por causa do garimpo, por causa das autoridades que deixaram entrar, invadir as terras Yanomami, e muitas doenças estão se espalhando por causa dessa realidade”, disse ao Vatican News.

A passagem de Kopenawa pelo Vaticano ocorreu a convite do Papa, que vem externando há anos sua preocupação com a situação dos Povos Nativos na América Latina, em especial no Brasil. O líder Yanomami pediu também que a Igreja apoie os esforços do governo do presidente Lula para reverter a situação deixada pelo antecessor, Jair Bolsonaro, na proteção dos direitos indígenas.

“Arruinar as coisas é fácil. Arrumá-las é difícil. Mas eles [governo] estão tentando”, disse Kopenawa, citado pela Associated Press. Agência Brasil, O Globo e Poder360, entre outros, também destacaram a notícia.

Em tempo 1: Uma operação da Polícia Federal na Terra Yanomami apreendeu 24 antenas de acesso à internet via satélite, todas fabricadas pela Starlink, empresa do bilionário (e cheerleader da extrema-direita) Elon Musk. De acordo com a PF, os equipamentos eram utilizados para facilitar a comunicação dos garimpeiros. A notícia é d’O Globo e do UOL.

A apreensão de aparelhos da Starlink vem se tornando recorrente na Amazônia. Como O Globo mostrou, a empresa iniciou seus negócios em 2022 com apoio da gestão do ex-presidente Bolsonaro. À época, o governo federal disse que os equipamentos levariam internet a 19 mil escolas na região. O projeto não saiu do papel, mas a empresa manteve suas operações e abocanhou o mercado amazônico, para a alegria do garimpo ilegal.

Em tempo 2: Osvalinda Alves Pereira, destacada defensora dos Direitos Humanos e liderança de assentados no Pará, morreu na última 6a feira (12/4), em decorrência de problemas pulmonares. Ativista em favor da floresta e dos trabalhadores rurais na região de Trairão, no sudoeste paraense, Osvalinda foi a primeira brasileira a receber o Prêmio Edelstam, concedido a defensores dos Direitos Humanos, na Suécia em 2020. Sua vida foi marcada pela resistência contra a violência no campo, o que a levou a sofrer ameaças de madeireiros.

 

 

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ClimaInfo, 15 de abril de 2024.

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