Corais sofrem 4º evento global de branqueamento, que atinge mais de 50 países

Corais 4º evento global branqueamento
The Ocean Agency/Ocean Image Bank

Estresse térmico em nível de branqueamento, monitorado e previsto pelo Coral Reef Watch, da NOAA, continua sendo extenso nas bacias do Atlântico, Pacífico e Índico.

A Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, sigla em Inglês) emitiu um alerta no início de março devido ao aquecimento dos oceanos. Segundo a instituição, o mundo estava prestes a presenciar o quarto branqueamento em massa de corais.

Cerca de um mês depois, o alerta se confirmou. Cientistas da NOAA anunciaram na 2ª feira (15/4) que está ocorrendo um branqueamento de corais no planeta. Segundo a entidade, 54% das águas oceânicas contendo recifes de coral têm experimentado estresse térmico suficientemente alto para causar o branqueamento. É o quarto evento global já registrado e o segundo nos últimos 10 anos.

O branqueamento começou em fevereiro de 2023 e afetou recifes nas principais bacias oceânicas e em 54 nações e territórios. É uma ameaça a ecossistemas marinhos cruciais, que sustentam cerca de US$ 2,7 bilhões anuais em bens e serviços, destaca a Bloomberg.

Os cientistas relataram uma taxa de mortalidade de corais de até 93% nos recifes da costa do Pacífico do México. E confirmaram que o maior sistema de recifes de coral do mundo – a Grande Barreira de Corais da Austrália – passou por seu evento de estresse térmico mais generalizado em 2024, informa o Guardian.

O estresse térmico com consequências de branqueamento, como monitorado remotamente e previsto pelo CRW, tem sido – e continua sendo – extenso em todas as bacias do Atlântico, Pacífico e Índico. O monitoramento se baseia em dados de temperatura da superfície do mar de 1985 até hoje, provenientes de uma combinação de satélites da NOAA e de parceiros.

No Brasil, um levantamento da Rede de Monitoramento do Branqueamento Coral Vivo constatou que em alguns recifes do Nordeste, até 100% dos corais já branquearam. O processo foi identificado na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais (PE) e no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (BA).

A notícia é o mais recente exemplo das previsões alarmantes dos cientistas do clima se concretizando, à medida que o planeta aquece devido às mudanças climáticas. Apesar de décadas de alertas dos cientistas e promessas dos líderes, as nações estão queimando mais combustíveis fósseis do que nunca e as emissões de gases de efeito estufa seguem aumentando, destaca a Folha.

O branqueamento global de corais foi repercutido por vários veículos, como Reuters, CNN, Guardian, BBC, Washington Post, DW, New York Times, Inside Climate News, Science Alert, Mongabay, Al Jazeera e Axios.

 

 

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ClimaInfo, 17 de abril de 2024.

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