Idosos são os mais prejudicados por calor excessivo causado por mudanças climáticas

16 de maio de 2024
Idosos prejudicados calor excessivo mudanças climáticas
pickpik

Pesquisa mostra que quase um quarto da população idosa mundial poderá estar vivendo em áreas de calor excessivo até 2050 por causa das mudanças climáticas.

Há cerca de um mês, o grupo conhecido como Vovós pelo Clima ganhou uma importante ação contra o governo suíço no Tribunal Europeu de Direitos Humanos (ECHR, sigla em Inglês). O coletivo de mulheres com média de idade de 73 anos argumentou que os esforços do governo de seu país contra a crise climática foram insuficientes para protegê-las de ondas de calor mais frequentes e intensas. E que os eventos climáticos extremos minaram sua saúde e as colocaram em risco de morte.

Além da cobrança por uma atitude efetiva dos países contra as mudanças climáticas, a ação das “vovós” também se justifica por outra razão: pessoas 60+ formam um dos grupos mais vulneráveis à crise climática. Fato comprovado pelo estudo “Global projections of heat exposure of older adults”, publicado na Nature Communications.

A pesquisa mostra que quase um quarto da população idosa mundial poderá estar vivendo em áreas de calor excessivo [o limiar crítico considerado pela pesquisa é uma temperatura máxima de 37,5°C] até a metade do século. A previsão é que em 2050 sejam quase 250 milhões de idosos vivendo em um planeta grassado pelos efeitos da crise climática. A exposição a altas temperaturas pode causar desidratação, distúrbios de sódio, disfunção renal e até mesmo a morte, sobretudo entre os mais velhos, detalha a Folha.

Os pesquisadores alertam que isso provavelmente criará pontos de vulnerabilidade biológica e social. O impacto nos sistemas de saúde e na desigualdade global será enorme, destaca o Guardian, porque as pessoas idosas são mais vulneráveis a temperaturas elevadas e as populações que serão mais afetadas tendem a estar nos países mais quentes e mais pobres do Sul Global.

A população global está envelhecendo a um ritmo sem precedentes – inclusive no Brasil, como mostrou o Censo 2022 do IBGE. Até 2050, o número de pessoas com 60 anos ou mais deverá dobrar para 2,1 bilhões, representando mais de 1 em cada 5 habitantes do planeta. “Dois terços deles viverão em países de baixa e média rendas, onde eventos climáticos extremos são especialmente prováveis”, previu o artigo.

Coordenador do estudo, Giacomo Falchetta, da CMCC Foundation – Euro-Mediterranean Center on Climate Change, espera que a pesquisa ajude a persuadir os formuladores de políticas a abordar a iminente colisão entre o crescimento populacional, o aumento da expectativa de vida e as mudanças climáticas, informa a Time. Compreender onde as populações mais velhas estão em risco de problemas de saúde relacionados ao calor, por exemplo, poderia ajudar os governos a direcionar recursos de saúde e abordar as necessidades de infraestrutura, como a construção de redes elétricas para gerenciar o aumento da demanda por eletricidade para ar condicionado e centros de resfriamento, e fornecer mais espaços verdes urbanos.

Science News, Environmental Health News e npr também repercutiram o estudo.

 

 

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ClimaInfo, 17 de maio de 2024.

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