Azerbaijão, Brasil e Emirados Árabes pediram aos países que apresentem suas novas NDCs entre a COP29 de Baku, em novembro, e o começo de 2025.
A Troika das Presidências das COPs divulgou nesta 3ª feira (23/7) uma nova carta às Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Assinado pelos presidentes da COP28 de Dubai, Sultan al-Jaber, e da COP29 de Baku, Mukhtar Babayev, e pela ministra Marina Silva, como representante da COP30 de Belém, o documento reforçou o apelo aos países por novas metas climáticas mais ambiciosas sob o Acordo de Paris.
“Com apenas seis anos até 2030, a urgência da crise climática exige ação acelerada em todos os pilares do Acordo de Paris. Nosso sucesso compartilhado requer progresso tangível em mitigação, adaptação e meios de implementação e apoio, juntamente com o aumento dos fluxos financeiros para apoiar a transição justa e equitativa em direção a baixas emissões de gases de efeito estufa e desenvolvimento resiliente ao clima”, destacou a Troika.
A carta lembra o roteiro apresentado pela Troika em março passado para manter viável o limite de 1,5ºC de aquecimento global neste século, o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris. Nesse “Mapa do Caminho para a Missão 1,5ºC”, a trinca de presidências da COP defende que as novas contribuições nacionalmente determinadas (NDC) deverão abranger toda a economia e todos os gases de efeito estufa, além de estabelecer o caminho para viabilizar um corte de 60% das emissões globais até 2035 em relação a 2019.
“O plano de ação da Troika das Presidências para a Missão 1,5ºC permanece focado em seu objetivo de aprimorar significativamente a cooperação internacional e o ambiente internacional propício para estimular a ambição na próxima rodada das NDCs. Estamos comprometidos a utilizar o mecanismo da Troika para continuar fomentando a colaboração internacional (…) [em prol da] próxima geração de NDCs, a serem apresentadas até fevereiro de 2025”.
Na carta, a Troika das Presidências das COPs também destacou a Assembleia Geral da ONU deste ano, em setembro, como marco para sinalização de mais ambição pelos países.
“A Troika está convidando os países pioneiros que apresentarão suas NDCs, informados pelo resultado do Global Stocktake, entre a COP29 e fevereiro de 2025, para demonstrar sua liderança na Assembleia Geral da ONU. Essa será uma oportunidade importante para os líderes sinalizarem seu compromisso de manter o 1,5ºC ao alcance”, concluiu a carta.
Enquanto isso, ministros do G20 e presidentes de grupos-chave das negociações climáticas na ONU se encontraram na China para a 8ª Conferência Ministerial sobre Ação Climática (MoCA). Como assinalou ((o)) eco, a reunião de alto nível deste ano tem uma missão específica: ajudar a destravar as discussões sobre financiamento climático.
O secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell, reiterou seu apelo, especialmente aos governos do G20, para que os negociadores superem os impasses entre países desenvolvidos e em desenvolvimento para que o mundo possa avançar com metas climáticas mais ambiciosas.
“Devemos redobrar nosso compromisso com uma nova meta global de financiamento climático. Esta nova meta deve ser baseada na necessidade e ajudar os países a atrair investimentos e gerar prosperidade, ao mesmo tempo em que reflete a necessidade de adaptação”, afirmou Stiell.
Em tempo: Para o presidente-designado da COP29, Mukhtar Babayev, não há apenas um caminho para a “transição em direção ao fim dos combustíveis fósseis”, objetivo assumido pelos países na última COP de Dubai. Em entrevista à Folha, o ministro azeri defendeu que as diferentes realidades econômicas e energéticas de cada país sejam levadas em consideração nesse processo de transição. “Não temos ainda um modelo, uma fórmula aceitável para todos. É uma situação muito singular em cada país que temos que considerar, discutir. Nossa posição é providenciar a avenida para essas discussões e decisões”, afirmou Babayev.
ClimaInfo, 24 de julho de 2024.
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