Chuvas históricas no RS causaram prejuízo de mais de R$ 89 bilhões

Análise do BID estimou o custo das chuvas históricas de maio passado no RS e apresentou recomendações estratégicas para a recuperação resiliente das áreas afetadas.
2 de dezembro de 2024
RS Porto Alegre TSE chuvas desastres
Ricardo Stuckert/PR

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgou na última 5ª feira (28/11) uma análise dos efeitos e dos impactos do desastre climático provocado pelas chuvas históricas de maio passado no Rio Grande do Sul. De acordo com a análise, o prejuízo total decorrente das inundações foi de R$ 88,9 bilhões, incluindo perdas produtivas, sociais, ambientais e de infraestrutura.

O prejuízo se concentrou nas perdas associadas ao setor produtivo, que representam 69% (R$ 61 bilhões) do total. Já as perdas em setores sociais somaram R$ 19 bilhões (21%), seguidas pelos prejuízos de infraestrutura, com R$ 7 bilhões (8%), e relacionados ao meio ambiente, com R$ 1,6 bilhão (1,8%).

As projeções indicam que o impacto do evento extremo na economia gaúcha será mais restrito do que o esperado por conta das medidas emergenciais tomadas pelos governos federal, estadual e municipais. O PIB do Rio Grande do Sul deve cair 1,3% em 2024, frente à expectativa de baixa de 2,4% caso o poder público não tivesse atuado para minimizar os efeitos das chuvas entre os gaúchos.

As chuvas históricas também tiveram impacto na renda e no emprego dos gaúchos. Segundo a análise, o desastre provocou uma redução de mais de 430 mil postos de trabalho no RS e uma queda de R$ 3,22 bilhões na remuneração dos trabalhadores. A arrecadação fiscal também foi impactada, com uma queda de R$ 89,3 milhões no total de impostos pagos no estado.

Além de analisar os impactos, o relatório também apresentou recomendações ao poder público para a reconstrução dos municípios afetados pelas chuvas de maio passado. O documento reitera a importância da resiliência climática e da implementação de medidas que diminuam a vulnerabilidade das populações a eventos climáticos extremos no futuro.

“Temos várias recomendações mais para frente: alerta precoce, estrutura resiliente, que evita as inundações e protege os mais vulneráveis. O governo já está se articulando para isso, pensando no futuro, porque nós vamos ter mais desastres”, comentou o presidente do BID, o economista brasileiro Ilan Goldfajn.

A análise foi elaborada em parceria com a Comissão Econômica da ONU para a América Latina e Caribe (CEPAL) e o Grupo Banco Mundial. O documento foi entregue em Brasília ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Agência Brasil, Estadão e Globo Rural repercutiram os principais pontos do relatório.

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