Um grupo de especialistas da ONU iniciou na última 2ª feira (20/1) uma visita técnica a Belém (PA) para analisar a preparação da cidade para a realização da COP30, programada para acontecer em novembro. Acompanhados por representantes governamentais das três esferas, a comitiva discutirá o planejamento para o evento e as ações de infraestrutura, especialmente a logística de hospedagem e de transporte, além dos planos para segurança e saúde públicas.
A missão é encabeçada pela secretária-executiva-adjunta da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Noura Hamladji. Segundo ela, o foco é facilitar as ações para preparar Belém e viabilizar uma COP bem-sucedida na capital paraense. “Somos uma missão que tem um objetivo bem claro: tornar a COP em Belém um sucesso”, disse Hamladji, citada pelo g1.
O secretário extraordinário do governo federal para a COP30, Valter Correia, destacou os investimentos da União em diferentes projetos de qualificação em Belém e reiterou que a COP30 deixará um legado urbano positivo para a população. “Estamos trabalhando incessantemente para entregar uma COP que tenha todas as condições de garantir o sucesso das negociações e que todos saiam do Brasil com uma excelente impressão do nosso país”, disse, citado pelo Pará Terra Boa.
A infraestrutura é um dos pontos mais delicados do projeto da COP30 em Belém. Apesar das ações para ampliar a rede hoteleira, a oferta de leitos ainda é baixa em relação à demanda, o que alimenta uma bolha de preços abusivos. A carestia da hospedagem está atrapalhando o planejamento de governos e observadores e poderá restringir a participação na COP de Belém, especialmente para a sociedade civil e movimentos sociais.
O governo federal insiste que a capacidade hoteleira de Belém dobrará até novembro, com a inclusão de mais de 26,5 mil novos leitos. “Temos visto um aumento desproporcional dos valores de aluguel e entendemos que é um movimento de especulação imobiliária que deve se estabilizar com o aumento da oferta de leitos na qual o governo está trabalhando”, afirmou Correia. O Pará Terra Boa deu mais detalhes.
CNN Brasil e Poder360 também destacaram a visita dos técnicos da ONU à capital paraense.
Em tempo 2: O foco “turístico” de alguns atores públicos e privados para a COP30 ignora aquilo que deveria ser o principal objetivo do evento – evitar o colapso climático global. “As autoridades, os políticos e as grandes empresas precisam entender que a COP não é um evento para vender a Amazônia como destino turístico. Não é uma conferência para alavancar o cacife político de ninguém. (…) Não é uma oportunidade para empresas com passivo ambiental, como a Vale, a JBS ou Itaipu, fazerem greenwashing. (…) A COP30 é a última chance de tirar o planeta da rota da catástrofe”, escreveu Claudia Antunes na Sumaúma.
Em tempo 1: O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), aproveitou o burburinho em torno da posse do presidente Donald Trump nos EUA para convidar o novo mandatário norte-americano para participar da COP30 - a despeito do próprio ter anunciado a saída do país do Acordo de Paris. “Esperamos contar com sua presença na COP30 para discutir o futuro do planeta”, escreveu Barbalho em post no falecido Twitter. É mais fácil Belém ganhar 500 mil leitos de hotel até o final de janeiro do que Trump participar da COP. Metrópoles, R7, UOL e VEJA repercutiram o convite.
