Cientistas rastrearam colônias de corais no sul da Grande Barreira depois que o estresse térmico começou a deixar os corais brancos no início de 2024.
Mais de 40% dos corais individuais monitorados ao redor de uma ilha da Grande Barreira de Corais, na Austrália, foram mortos no ano passado no surto de branqueamento de corais mais disseminado a atingir o sistema de recifes. Os responsáveis pelo estudo disseram que encontraram cenas “catastróficas” no recife.
Os cientistas rastrearam 462 colônias de corais em One Tree Island, na parte sul da Grande Barreira de Corais, depois que o estresse térmico começou a deixar os corais brancos no início de 2024. Apenas 92 delas escaparam completamente do branqueamento. E em julho do ano passado, quando a análise terminou, 193 estavam mortas e outras 113 ainda apresentavam sinais de branqueamento, informam Guardian, Earth.org, ABC, phys.org e Oceanographic Magazine.
Bióloga marinha da Universidade de Sydney e principal autora do estudo, a professora Maria Byrne pesquisa e visita a ilha há 35 anos. E ficou chocada com o que encontrou. “Ver aquelas colônias realmente enormes morrerem foi realmente devastador. Eu passei de muito triste a muito irritada. Nós tentamos passar a mensagem sobre as mudanças climáticas há eras”, desabafou.
Em novembro do ano passado, o Instituto Australiano de Ciência Marinha visitou oito recifes no mesmo setor do recife. Eles encontraram o maior declínio anual na cobertura de corais duros naquela área desde que o monitoramento começou, em meados da década de 1980, com a cobertura de corais caindo em 41%.
Quedas semelhantes na cobertura de corais também foram registradas por cientistas da Aims em partes da seção norte do recife, onde um cientista do governo australiano descreveu ter visto um “cemitério de corais”.
“Como os corais podem se recuperar de um branqueamento leve quando a água esfria, há uma percepção de que, embora o branqueamento seja ruim, ele não é necessariamente catastrófico. O que observamos em (One Tree Reef) foi, por contraste, catastrófico”, frisaram os pesquisadores no estudo.
ClimaInfo, 29 de janeiro de 2025.
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