
O “calorão” dos últimos dias em boa parte do Brasil está levando a novos recordes de consumo de energia elétrica. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as regiões Sudeste e Centro-Oeste registraram altas históricas na demanda média de carga elétrica, com 54.599 MWmed na última 2ª feira (16/2). Este é o segundo recorde registrado em menos de um mês – em 22 de janeiro, esse índice marcou 53.997 MWmed.
“Os Estados do Sudeste têm registrado temperaturas acima da média para o período. O comportamento da carga é diretamente impactado pelas condições climáticas”, destacou o ONS em nota, citado pelo Valor. Apesar da demanda mais alta, o órgão afirmou que o Sistema Integrado Nacional (SIN) tem operado de forma estável e segura, sem risco de interrupção no fornecimento elétrico.
A onda de calor intensifica o uso de equipamentos de refrigeração, como ar-condicionado. No Rio de Janeiro, um dos estados mais afetados, as máximas diárias têm ficado na faixa dos 40oC desde o final de semana, com os termômetros chegando a indicar 44oC, a temperatura mais alta registrada desde 2014.
A demanda nacional também está em um patamar acima do normal. Segundo o UOL, também com dados do ONS, a demanda instantânea atingiu 103.785 MW por volta das 14h da última 3ª feira (18). O recorde anterior foi no final de janeiro, com pico de 102.924 MW. O recorde já foi batido três vezes neste ano.
O panorama para o final de fevereiro não é ameno. De acordo com a MetSul, uma nova onda de calor deve se formar no sul do Brasil, puxando as temperaturas máximas no Rio Grande do Sul (especialmente a porção oeste do estado) para a casa dos 40oC.
CNN Brasil, Exame e O Globo repercutiram o recorde no consumo de energia elétrica provocado pelo calor intenso no Sudeste e Centro-Oeste.
Em tempo: Um grupo de associações do setor elétrico, da indústria e do comércio pediu ao Congresso Nacional que mantenha os vetos do presidente Lula à lei que estabelece o marco legal das usinas eólicas offshore. Os vetos derrubaram uma série de “jabutis” incorporados à legislação que favorecem a geração termelétrica a carvão. Como a VEJA destacou, uma estimativa da consultoria PSR indicou que os artigos barrados pelo governo federal representariam um custo adicional de R$ 20 bilhões anuais até 2050, com reflexos diretos na conta de luz dos brasileiros. O Legislativo ainda não marcou uma data para a análise dos vetos.