O impacto global do carvão e o compromisso da maior carvoeira do mundo

Pesquisadores da universidade ETH Zurich publicaram na Nature um artigo sobre as térmicas a carvão no mundo. Eles modelaram os impactos das quase 8 mil usinas existentes, sobretudo as emissões de dióxido de carbono, material particulado, dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio e mercúrio. Com isso, identificaram os locais que mais sofrem com estas emissões. Na Índia, no Leste Europeu e na Rússia, há uma combinação infernal entre plantas antigas com baixa eficiência de queima e de remoção de poluentes com um carvão de qualidade mais baixa. Christopher Oberschelp, autor-líder do trabalho, diz que “mais da metade dos impactos sobre a saúde (causados pelas emissões de térmicas a carvão) podem ser atribuídos a apenas 10% das plantas. Elas deveriam ser modernizadas ou fechadas o mais rapidamente possível.”

Em tempo 1: a Glencore, a maior exportadora mundial de carvão térmico, anunciou que limitará a produção de carvão e irá alinhar seus negócios com as metas de do Acordo de Paris. A decisão foi tomada em decorrência das pressões de investidores preocupados com a mudança do clima. A empresa espera que o anúncio eleve o preço do carvão e que, assim, a limitação da produção não necessariamente traga prejuízos ao negócio. A Bloomberg e o Financial Times deram a notícia.

Em tempo 2: a Mitsubishi, por sua vez, decidiu vender sua participação em duas minas de carvão australianas. O ato da empresa também responde a pressões de investidores, principalmente de fundos de pensão e de investimento, que estão procurando se afastar do mundo do carvão.

 

Boletim ClimaInfo, 21 de fevereiro de 2019.