Manifesto de Davos e a leis que ainda não pegaram.

Manifesto de Davos

Empresas capitalistas deveriam pagar impostos, não se envolver em corrupção, proteger os direitos humanos e o meio ambiente, dentre outros pontos.

Pelo jeito, suas governanças andam devendo. Daniel Ritter, do Valor, conta que estes e outros pontos estarão em um manifesto a ser lançado na reunião do Fórum Econômico Mundial que começou ontem. Ritter escreve que “o Manifesto de Davos 2020 estabelece como premissas: pagamento justo de impostos, tolerância zero com a corrupção, proteção do meio ambiente, estímulo à qualificação dos empregados, uso ético das informações privadas na era digital, vigilância dos direitos humanos em toda a cadeia de fornecedores e remuneração responsável dos executivos”. Como se isso tudo não fosse obrigação há muito tempo.

Daniela Chiaretti escreveu no Valor sobre a tendência crescente de incorporação pelas empresas das mudanças climáticas no seu planejamento e em suas ações. Há uma tendência clara no setor financeiro – fundos, bancos e seguradoras – de se afastar do carvão e de outros fósseis. Chiaretti também fala da participação da jovem Greta Thunberg, que está em Davos pelo 2º ano consecutivo e que, como prévia, publicou um artigo no The Guardian: “Exigimos que no Fórum deste ano, participantes de todas as empresas, bancos, instituições e governos interrompam imediatamente todos os investimentos na exploração e extração de combustíveis fósseis, encerrem já todos os subsídios aos combustíveis fósseis e deixem de investir imediata e completamente em combustíveis fósseis. Não queremos que essas coisas ocorram até 2050, 2030 ou mesmo em 2021. Queremos que sejam feitas agora, neste exato momento.”

Ontem, o Observatório do Clima fez sua avaliação do trabalho sobre os Riscos Globais lançado pelo Fórum e que colocou a mudança do clima como a maior ameaça à humanidade e à economia mundial.

O Fórum também publicou a primeira parte de um trabalho sobre o desafio de zerar as emissões líquidas. Como diz a apresentação do trabalho: “Embora haja sinais claros de progresso incremental, a ação climática precisa se mover em uma escala muito maior e em um ritmo muito mais rápido.” O relatório pode ser baixado aqui.

O Financial Times deu uma matéria esta semana sobre o que mais importa nesta reunião. “Há uma uma crise ambiental multifacetada que este ano, pela primeira vez, ocupa todas as cinco primeiras posições no relatório anual do WEF sobre os maiores riscos que o mundo enfrenta, o que aumenta ainda mais o sentimento de pressão e dúvida dos participantes”.

 

ClimaInfo, 21 de janeiro de 2020.

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