Crise climática é o maior risco para a economia global, alerta mais uma vez o Fórum Econômico Mundial

12 de janeiro de 2022

Mesmo com todos os alertas científicos e ambientais, tem gente que se finge de morto e só se coça quando o assunto toca mesmo é no bolso. Para esses, fica a dica: as mudanças climáticas vão trazer prejuízos econômicos, e não serão poucos. E a inação custará mais do que agir agora rumo à transição para a sociedade de baixo carbono.

Não é a primeira vez que o relatório Global Risk Report 2022, elaborado para embasar os debates do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, aponta a crise climática como o maior risco de longo prazo para a economia global. Aliás, a questão climática também é apontada como o maior risco de curto prazo, no cenário de até dois anos, com a menção ao “clima extremo”. Para o médio e o longo prazos, no horizonte de até 10 anos, os líderes do capitalismo mundial apontam o temor ao risco de a humanidade fracassar nas ações de combate às mudanças climáticas, como ressalta a matéria publicada pelo Valor.

O alerta foi divulgado às vésperas do fórum de Davos deste ano, marcado para ocorrer entre os dias 17 e 21 de janeiro, na Suíça. O relatório é fruto de uma pesquisa realizada com mais de mil lideranças mundiais, representantes de empresas, governos e organizações globais. O trabalho foi desenvolvido em parceria entre a seguradora Zurich, a Marsh McLennan e as universidades de Oxford, Singapura e Pensilvânia.

Vale ressaltar que, entre os 287 líderes empresariais brasileiros entrevistados para o relatório, o risco climático aparece em quarto lugar. De modo geral, entre todos os participantes da pesquisa, além da crise climática, a pandemia, a desigualdade de acesso às vacinas, os ataques cibernéticos e a corrida espacial também foram apontados como riscos preocupantes.

O Observatório do Clima escreveu sobre o relatório e o lançamento do relatório repercutiu internacionalmente na Associated Press e na Bloomberg.

Em tempo: Eventos extremos já estão causando prejuízos históricos, de acordo com a Munich Re, a maior resseguradora do mundo. Foram US$ 120 bi (o equivalente a R$ 680,7 bilhões) de prejuízo às seguradoras só em 2021, considerado o segundo ano com maior custo provocado por eventos extremos, ficando atrás apenas de 2017, quando os custos dos danos às seguradoras chegaram a US$ 146 bi (R$ 828,2bi). Os EUA, com dezenas de tornados, além de nevascas e furacões ocorridos em 2021, foram um dos países mais afetados pelos prejuízos, segundo a Folha. As perdas totais, incluindo aquelas não cobertas por seguros, chegaram à marca de US$ 280 bilhões, ou seja, o equivalente a R$ 1,5 trilhão. Com o agravamento da crise climática, segundo os autores do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), os eventos extremos serão ampliados em frequência e intensidade nos próximos anos, o que deverá agravar ainda mais os prejuízos e os estragos. Associated Press, Bloomberg, Financial Times e Reuters também repercutiram o levantamento da Munich Re.

 

ClimaInfo, 12 de janeiro de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

 

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar