A indústria do gás natural está se mobilizando para enfraquecer metas e ações voltadas para a redução de emissões de carbono e impulsionar alternativas energéticas mais limpas. O The Guardian cita a mobilização de atores do setor nos EUA para enfrentar essas medidas, vistas como uma “ameaça existencial para seus negócios”.
Documentos confidenciais descobertos pela reportagem mostram como a indústria construiu coalizões locais e contratou advogados e consultores poderosos para torpedear iniciativas antigás em muitas cidades – às vezes, com ajuda do dinheiro público. A matéria cita também uma revelação recente de que influenciadores digitais estariam sendo arregimentados pelo setor para defender o uso do gás como uma fonte de energia “mais limpa e segura” para a opinião pública em geral, um argumento pensado para agradar consumidores preocupados com a crise climática e o problema dos combustíveis fósseis mais poluentes, como petróleo e carvão.
No entanto, com destacamos aqui há alguns dias, esse slogan publicitário não se sustenta em dados científicos: ainda que as emissões de carbono da queima do gás natural sejam realmente mais baixas que a de outras fontes fósseis, elas ainda são significativas e podem prejudicar o esforço global para se conter o aquecimento do planeta. Além disso, a exploração do gás natural acaba liberando metano não queimado para a atmosfera, um gás de efeito estufa muito mais potente que o CO2.
ClimaInfo, 24 de agosto de 2020.
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